Sabe aquela criança que está sempre inquieta, tem dificuldades para se concentrar e prestar atenção? Então, ela pode ter TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), um distúrbio que afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e tem maior prevalência entre os meninos. Vamos saber um pouco mais…
O que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade?
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que obrigatoriamente se manifesta na infância, principalmente nos meninos e comumente acompanha o indivíduo por toda a vida – nos adultos, os sintomas de inquietude são mais brandos. Caracteriza-se pelos sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade, podendo dessa maneira, prejudicar o aproveitamento escolar e relacionamento social da criança afetada.
Diagnóstico do TDAH
O diagnóstico do TDAH é clínico e não necessita de qualquer exame complementar para a sua confirmação. Baseia-se na combinação de uma anamnese aprofundada associada à aplicação de questionários de avaliação de sintomas – descritos tanto na Classificação Internacional de Doenças (que está na sua 10ª edição: CID-10), quanto no Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais – mais utilizado: DSM-V). Ademais, faz-se uma avaliação dos prejuízos causados pelos sintomas (parte integrante do DSM-V) e, por fim, exclusão ou fechamento do diagnóstico.
O DSM-V foi desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria e é utilizado em diversos países, como no Brasil. O TDAH comporta um grupo de 18 sintomas: 9 relacionados à desatenção, 6 à hiperatividade e 3 à impulsividade. Normalmente, a sintomatologia tem início antes dos 12 anos, ocorrendo no mínimo 6 sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade por mais de 6 meses, na ausência de outras doenças em curso. Em adultos, no mínimo 5 sintomas.
Perfis de manifestação do TDAH
Existem 3 perfis de manifestação do TDAH:
i) Predomínio de desatenção (ausência de outros sintomas);
ii) Predomínio de hiperatividade/impulsividade;
iii) Combinado.
Perfil Desatenção
• Não presta atenção a detalhes e erra por descuidos;
• Dificuldade para manter a concentração nas atividades;
• Não ouve quando lhe falam diretamente;
• Desorganização;
• Fácil distração com estímulos externos à atividade que está sendo desempenhada;
• Não persistência nas atividades que exigem esforço mental continuado;
• Esquecimento;
• Dificuldades para seguir instruções ou terminar tarefas;
• Perda dos seus pertences.
Perfil Hiperatividade/Impulsividade
• Irriquietação com as mãos e pés quando sentados;
• Não consegue parar sentado quando necessário;
• Agitação elevada;
• Falar muito.
• Dificuldade de esperar;
• Interrupção e intromissão nas conversas e jogos alheios;
• Sensação de inquietude;
• Barulhento para jogar ou divertir-se;
• “Salta” com as respostas antes de terminar as perguntas.
Tratamento
A terapia comportamental demonstra bons resultados. O tratamento farmacológico utiliza Metilfenidato (Ritalina®), antidepressivos como tricíclicos e Bupropiona, e anti-hipertensivos como a Clonidina.
Apesar da intervenção farmacológica, o tratamento terá maior eficácia quando alinhado com a criança, família e escola.
Até o próximo artigo!