Nervo Olfatório: o primeiro par (I)
Nervo Óptico: o segundo par (II)
Nervo Oculomotor, Nervo Troclear e Nervo Abducente: o terceiro (III), quarto (IV) e sexto (VI) pares
Nervo Trigêmio: o quinto par (V)
Nervo Facial: o sétimo par (VII)
Nervo Vestibulococlear: o oitavo par (VIII)
Nervo Acessório: o décimo primeiro par (XI)
Nervo Hipoglosso: o décimo segundo par (XII)
Olá pessoal do Jaleko!!
Hoje vamos falar sobre dois nervos cranianos, o nervo Glossofaríngeo (IX) e o nervo Vago (X). Nervos esses que desempenham funções importantíssimas no paladar e em vísceras abdominais, por exemplo. Vamos entender então as funções destes nervos e como testá-las!!
Nervo Glossofaríngeo (IX)
O IX par craniano é o Nervo Glossofaríngeo, um nervo misto que emerge do encéfalo pelo sulco lateral posterior do bulbo e emerge no crânio pelo forame jugular.
Ele é responsável pela sensibilidade geral e especial do terço posterior da língua (a inervação especial é a responsável pelas sensações gustativas ao terço posterior da língua, principalmente azedo e amargo).
Também inerva a faringe (inerva o músculo estilofaríngeo, que tem a função de elevar e dilatar a faringe), úvula, tonsila, tuba auditiva, seio e corpos carotídeos (essa inervação é de suma importância para o controle reflexo da frequência cardíaca, pressão arterial e respiração).
Além disso, o nervo glossofaríngeo envia fibras para inervar a glândula parótida.
Teste do IX par
Antes de iniciar o teste, certifique-se de ter alguns materiais necessários como conta-gotas e substância amarga.
O primeiro teste serve para avaliar a função gustativa do glossofaríngeo, pois 1/3 posterior da língua é inervado pelo nervo glossofaríngeo. Então, com o paciente de olhos fechados, pingue uma substância amarga nesta região e peça que ele identifique o sabor. O normal é que o sabor amargo seja identificado.
Outra função importante do nervo glossofaríngeo, como dito anteriormente, é a inervação da glândula parótida. O componente parassimpático do IX par é o responsável por essa inervação. Deve-se então observar a atividade salivar da glândula parótida. A glândula parótida é uma glândula salivar maior, puramente serosa, e sua secreção desemboca na altura do segundo molar superior. Normalmente, a secreção é simétrica em ambos os lados. No caso de uma lesão do nervo IX, pode haver uma diferença entre a atividade salivar dos dois lados e, caso isso aconteça, pode ser um indício de lesão do nervo glossofaríngeo, ipsilateral, ou seja, ao mesmo lado que houve redução da atividade salivar.
Nervo Vago (X)
O X par craniano é o Nervo Vago. É o maior entre os nervos cranianos, pois se estende até a cavidade abdominal. Tem origem no sulco lateral posterior do bulbo e emerge no crânio pelo forame jugular. É um nervo misto e predominantemente visceral.
Tem como função realizar a inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais. Inerva também os músculos da laringe (nervo laríngeo recorrente – ramo do vago) e faringe.
Na faringe, o plexo faríngeo do nervo vago inerva os músculos constritores da faringe, exceto o músculo estilofaríngeo e o músculo tensor do véu palatino. O ramo laríngeo do nervo vago, especialmente o nervo laríngeo recorrente, inerva os músculos da laringe, exceto o cricotiroideo. A inervação dos músculos da laringe é de suma importância, uma vez que permite a entrada de ar na traqueia, auxilia o fechamento da glote na deglutição, por meio da adução das cartilagens aritenóides, e regula a tensão das cordas vocais, sendo então essencial para a produção de som pelas cordas vocais.
Já a porção parassimpática do nervo vago realiza inervação do coração e quando estimulado apresenta efeito inotrópico negativo, ou seja, redução da força de contração cardíaca.
A porção parassimpática inerva também a musculatura lisa das vias aéreas e intestino. Nas vias aéreas é responsável por abrir a passagem de ar na inspiração e broncoconstrição. E no sistema digestório controla peristaltismo do esôfago e intestino.
Teste do Nervo X
Uma das formas de testar o nervo vago é por meio do reflexo oculocardíaco de Aschner. Não se assuste com o nome, na prática é bem mais simples. Esse teste é realizado pressionando o globo ocular e essa compressão gera uma leve bradicardia. Isso ocorre por meio da ação aferente do nervo V e ação eferente do nervo X.
Outra alteração que pode ser observada quando há lesão unilateral do nervo vago é a fala que se torna anasalada e pode estar acompanhada de disfagia (dificuldade na deglutição).
Testes comuns dos Nervos IX e X
O IX e o X par são testados juntamente em alguns dos testes.
Para realização desse teste, tenha em mãos um abaixador de língua.
Um desses é o teste para avaliação da inervação do palato mole. O paciente deve abrir a boca e, em repouso, o examinador observa o palato e úvula, que deve estar centralizada. Depois pede-se que o paciente fale “Ah” por alguns segundos e então observa-se. O normal é que a úvula se mantenha centralizada. Se houver lateralização da úvula, indica uma lesão do lado oposto ao desvio da úvula. Isso é conhecido como “sinal da cortina”.
E por fim, avalia-se o reflexo faríngeo com o auxílio de um abaixador de língua, estimula a parede posterior da faringe e a observa. Se normal, haverá contração gerando o reflexo. Nesse caso do reflexo faríngeo, também chamado de reflexo nauseoso, a aferência, ou seja, quem leva o estímulo é o nervo glossofaríngeo e a eferência, ou seja, a resposta motora é realizada pelos nervos glossofaríngeo e vago. O reflexo normal vai ser composto por alguns “fenômenos”, sendo eles: elevação do palato mole a fim de fechar a nasofaringe, fechamento da glote para proteger a via aérea e constrição da faringe para impedir a entrada de substâncias para laringe. A ausência do reflexo pode indicar lesão dos nervos IX e/ou X.
Lesões dos nervos IX e X
Dificilmente encontra-se alterações na função devido à lesão do IX par. A lesão mais comum que acomete o mesmo é a neuralgia do glossofaríngeo, que se manifesta com dor em pontada/fisgada, que se origina na garganta irradiando para a trompa de Eustáquio (Tuba auditiva) até a membrana timpânica. A região de gatilho da neuralgia glossofaríngea está na faringe, tonsila ou base da língua. A dor pode ser desencadeada ao sorrir, comer, tossir ou falar muito. Além da dor, o paciente pode apresentar síncope, convulsão e até parada cardíaca por estimular o reflexo do seio carotídeo.
Quanto ao X par, a lesão mais encontrada é a lesão do ramo laríngeo recorrente do nervo vago. Este ramo inerva as cordas vocais, uma vez lesado unilateralmente causa rouquidão devido a paralisia de uma corda vocal. Algumas patologias podem provocar a lesão do laríngeo recorrente, devido ao seu longo trajeto. Dessas, a principal é o aneurisma do arco aórtico, pois o ramo passa sob o arco aórtico, antes de retornar à laringe e assim, com a dilatação do arco, ocorre compressão e leva à lesão do nervo. Outras patologias como dilatação atrial e neoplasias pulmonares também podem comprimir e lesionar o ramo laríngeo recorrente.
Por hoje é isso pessoal!! Espero ter ajudado na compreensão dos conceitos e testes semiológicos do nervo glossofaríngeo e nervo vago!
Bons estudos! Até a próxima!!
Gostei do assunto de sua divulgação, gostaria de ver se é pertinente para meu site.
Sds.
Fique à vontade, Hermes!