Tratamento do câncer de mama:
O tratamento do câncer de mama evoluiu muito nos últimos anos. Não faz muito tempo, quando surgia um tumor, a mama era removida completamente. Isso inclui o músculo que ficava abaixo dela e todos os gânglios da região axilar. Atualmente, as cirurgias costumam ser menos invasivas. Com frequência, faz-se necessário apenas a retirada de pequenos fragmentos da mama e de alguns gânglios axilares.
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Estádio I e II:
Cirurgia:
Nos tumores pequenos, o cirurgião geralmente a excisão do quadrante que tem a lesão. Ao mesmo tempo, realiza a pesquisa do linfonodo sentinela (em geral, é somente um, mas pode haver mais). Nos tumores relativamente grandes (entre 2 e 5 cm) pode ser necessário fazer mastectomia. Mas, após discussão com o médico cirurgião, o oncologista clínico pode administrar quimioterapia pré-operatória. A intenção é de reduzir as dimensões da lesão. Se houver grande diminuição ou mesmo desaparecimento da lesão, em alguns casos é possível preservar a mama. Retira-se somente o quadrante em que está o tumor. Não há uma regra geral para essas situações, as decisões são tomadas caso a caso.
Quimioterapia e hormonioterapia adjuvantes:
Após a cirurgia, o médico irá verificar se existe ou não indicação de quimioterapia e/ou hormonioterapia adjuvante, com o intuito de reduzir o risco de a doença recidivar. Atualmente, testes genéticos realizados no próprio tumor removido podem auxiliar a determinar melhor o tratamento adjuvante (pós-operatório), especificamente se a quimioterapia será ou não necessária. A hormonioterapia adjuvante é recomendada em todos os casos em que o tumor tiver receptores hormonais positivos. Quando prescrita, ela deve ser sempre iniciada após o término da quimioterapia.
Trastuzumabe adjuvante (anticorpo):
Em pacientes cujo tumor expressa a proteína HER-2 de modo intenso, está indicado o uso do anticorpo chamado trastuzumabe em combinação com a quimioterapia adjuvante. Ele aumenta muito a taxa de cura em relação ao uso da quimioterapia isolada.
Radioterapia adjuvante:
Todas as pacientes (exceto raros casos) que tiveram remoção cirúrgica de somente um quadrante da mama necessitam de radioterapia adjuvante para destruir possíveis focos microscópicos malignos persistentes. Nas pacientes que foram submetidas a mastectomia, a radioterapia adjuvante está indicada nos casos em que o tumor é grande (> 5 cm) ou quando a paciente tiver mais de três linfonodos com metástases.
Estádio III:
Com tumores de mama localmente avançados, os pacientes geralmente são submetidos a mastectomia radical modificada, que é a remoção de toda a mama e dos linfonodos axilares. É comum indicar quimioterapia antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante ou pré-operatória). Dependendo da resposta e das características do tumor, é possível considerar a preservação da mama, mas em casos bem selecionados.
O mais habitual é a mastectomia seguida de quimioterapia e radioterapia adjuvante. Após a quimioterapia, se o tumor tiver receptores hormonais positivos a paciente deverá receber hormonioterapia adjuvante, como nos casos dos estádios I e II.
Estádio IV:
A escolha do tratamento das pacientes que apresentam câncer de mama com metástases em órgãos distantes depende de quanto o tumor já se espalhou, do seu tipo histológico e da idade da paciente. Se as metástases do câncer de mama provocam sintomas que interferem significativamente na qualidade de vida, iniciar o tratamento pela quimioterapia pode ser a melhor solução. Desta forma, pode-se obter respostas mais rápidas.
Em pacientes cujo tumor tem expressão do HER-2, devem-se usar medicamentos com anticorpos combinados com quimioterapia para aumentar a eficácia da terapia. Quando o tumor tiver receptores hormonais positivos e as metástases provocarem pouco ou nenhum sintoma, a hormonioterapia é o tratamento de escolha. As respostas obtidas são mais lentas, mas costumam ser mais duradouras. Na doença disseminada, a radioterapia só é usada em caso de envolvimento ósseo com dores de difícil controle, de metástases cerebrais e em situações raras.