Introdução
E aí, pessoal, tudo certo? Bom, hoje nós vamos continuar falando sobre como devemos conduzir o atendimento do nosso paciente homem que está bem, apresentando-se assintomático. Agora, vamos continuar a comentar essas recomendações, dessa vez dando ênfase ao rastreamento e abordagem de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes mellitus tipo 2, e outras doenças.
Veja também: “Paciente homem sem queixas: Como abordar?”
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Condições associadas a risco cardiovascular
Nesse tópico, onde vamos tratar de doenças e condições extremamente prevalentes na nossa prática médica, podemos começar falando sobre a hipertensão. Todos os homens devem ser rastreados quanto a essa condição durante o atendimento para a AAFP, sendo considerados como hipertensos aqueles que se encaixem nos níveis sugeridos pelo JNC-8: pressão arterial sistólica igual ou maior que 140 mmHg, ou pressão arterial diastólica igual ou maior que 90 mmHg, após no mínimo duas aferições, espaçadas no tempo pelo período mínimo de uma semana.
Outra referencia citada é a recomendação da USPSTF, que orienta rastreio anual da hipertensão em todos os homens a partir dos 40 anos de idade, e em adultos de qualquer idade que apresentem fatores de risco; já para aqueles com idade entre 18 e 39 anos e sem fatores de risco, o screening poderia ser realizado a cada 3 a 5 anos.
O artigo também cita que, para fins de evitar confusões diagnósticas e “super-tratamento” de pacientes, o método de escolha para confirmação da elevação do níveis tensionais é a MAPA, que permite detectar aqueles pacientes portadores da chamada “hipertensão do jaleco branco”.
Quando feita a opção de tratamento farmacológico da hipertensão, deve-se considerar conjuntamente outros fatores, como o risco cardiovascular global do paciente; presença de tabagismo, diabetes mellitus, dislipidemia ou obesidade; grau de atividade física do paciente; idade e sexo. Dessa forma, é possível avaliar de forma global o contexto do paciente em questão, permitindo abordagem multidisciplinar quando indicada.
Diabetes
Agora, em se tratando de diabetes mellitus tipo 2, o rastreamento para alteração nos níveis de glicose faz parte da avaliação do risco cardiovascular em homens com idade entre 40 e 70 anos que apresentem sobrepeso ou obesidade. Além disso, a ADA orienta o rastreamento da diabetes mellitus para todos os homens com 45 anos ou mais, bem como para todos aqueles que, mesmo assintomáticos, possuam IMC maior que 25kg/m2 e fatores de risco cardiovascular.
Ainda nessa categoria, o artigo da AAFP cita o rastreamento do aneurisma de aorta abdominal: orienta-se a realização de uma ultrassonografia abdominal em homens entre 65 e 75 anos de idade, que já tenham fumado ao longo da vida. Um estudo de meta-análise demonstrou que um programa apropriado de rastreamento dessa condição poderia levar a uma redução de até 45% de mortalidade associada ao aneurisma de aorta abdominal, argumento levado em consideração pelo autor do artigo ao propor essa abordagem.
Outras condições crônicas no homem sem queixas
As orientações da AAFP para o manejo do homem que está bem, sem queixas, cita mais algumas condições que podem surgir na nossa cabeça durante o atendimento, a depender do nosso paciente, como osteoporose, DPOC e hepatite C. Com relação à osteoporose, a USPSTF não recomenda o rastreamento em homens, por avaliar não haver evidência substancial de benefício nesse procedimento, bem como também não orienta o uso de rotina de suplementação de cálcio e vitamina D como estratégia de prevenção de fraturas em homens.
Tratando agora sobre DPOC, outra vez a orientação é clara: não devemos realizar rastreamento dessa doença com espirometria; independentemente do grau de DPOC apresentado, a orientação que gera benefício caso posta em prática para esses pacientes é a de cessar o tabagismo, bem como da vacinação anual contra o vírus influenza, a qual reduz o número de exacerbações do DPOC.
Por fim, o artigo trata das orientações sobre a hepatite C. Além disso, também recomenda-se um rastreamento único para homens que tenham nascido entre 1945 e 1965.
Conclusões
Como podemos perceber, temos que estar alertas para várias condições crônicas que podem estar presentes nesse paciente que está conosco, mesmo quando ele se apresenta bem e assintomático. Mas ainda não acabou, não! Então, fica com gente do Jaleko, segue as nossas redes sociais, entra na plataforma, e até a próxima!
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