Você já deve ter ouvido esse termo várias vezes e até mesmo sabe o que significa. No entanto, por ser uma das ferramentas mais úteis na nossa prática clínica, é importante que você entenda todos os aspectos relacionados a esse exame: o eletrocardiograma.
O eletrocardiograma (ECG) é um exame prático, barato, não invasivo, que pode fornecer informações importantes a respeito da anatomia e fisiologia cardíaca de um indivíduo. Contudo, ele também é avaliador dependente, ou seja, necessita de um indivíduo capacitado que saiba realizar e interpretar. Tudo isso com o intuito de que os resultados obtidos sejam compreendidos em toda sua complexidade de informações.
Apesar da importância e facilidade desse exame, não devemos solicitar para todos os pacientes de modo indiscriminado. Assim como qualquer exame, necessita de indicações e objetivos específicos para realizá-lo. Dessa forma, o principal objetivo ao utilizar essa ferramenta é a compreensão do funcionamento de um determinado coração, estudando a anatomia cardíaca que pode estar desviada ou aumentada, bem como a fisiologia ao entender como ocorrem os processos de condução elétrica e de bombeamento de sangue.
A respeito das indicações, temos em situações em que o paciente apresenta queixas de palpitações, síncope, dor torácica suspeita e dispnéia; nos casos de pacientes hipertensos, principalmente para o rastreio de lesões de órgão-alvo; nos atestados de aptidão física que demandem esse tipo de exame; por fim, como parte da avaliação de risco cirúrgico de pacientes que necessitem dessa avaliação.
Além de saber indicar o exame, é fundamental que saiba realizá-lo corretamente. Para isso, você precisa conhecer os eletrodos e onde posicionar cada um deles. Existem eletrodos periféricos que são no formato de pregadores e posicionados nos membros, e eletrodos precordiais que são posicionados na região precordial. Os eletrodos periféricos são colocados em cada membro superior e inferior, sem esquecer de atentar para a correspondência de cores.
- Vermelho: Braço direito;
- Preto: Perna direita;
- Amarelo: Braço esquerdo;
- Verde: Perna Esquerda.
Os eletrodos precordiais correspondem às derivações V1, V2, V3, V4, V5 e V6. São posicionados na região precordial, mais especificamente nas regiões descritas a seguir:
- V1: 4º espaço intercostal, na margem direita do esterno;
- V2: 4º espaço intercostal, na margem esquerda do esterno;
- V3: Entre V2 e V4, na metade do caminho entre os dois;
- V4: 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular esquerda;
- V5: 5º espaço intercostal esquerdo, na linha axilar anterior esquerda;
- V6: 5º espaço intercostal esquerdo, na linha axilar média esquerda.
Por fim, deve-se saber como laudar a avaliar o resultado do eletrocardiograma. Existe um mnemônico capaz de te ajudar a lembrar de todos os itens que devem ser observados e estar presentes no laudo, que é a palavra “FREIOS”, sendo:
- F: Frequência cardíaca
- R: Ritmo cardíaco
- E: Eixo cardíaco
- I: Intervalos (PR e QT, principalmente)
- O: Ondas (P e T, principalmente)
- S: Sobrecargas e outras variações, como isquemias
Você não precisa seguir essa forma, mas é um excelente modo de não errar ou esquecer de algum item.
Espero que esse super resumo te ajude muito nos seus estudos e na sua prática nos plantões. Não esqueça de compartilhar com aquele seu amigo que sempre se enrola ao ouvir a palavra “eletrocardiograma”. Até a próxima e bons estudos!