Nervo Olfatório: o primeiro par (I)
Nervo Óptico: o segundo par (II)
Nervo Oculomotor, Nervo Troclear e Nervo Abducente: o terceiro (III), quarto (IV) e sexto (VI) pares
Nervo Trigêmeo: o quinto par (V)
Nervo Facial: o sétimo par (VII)
Nervo Vestibulococlear: o oitavo par (VIII)
Nervo Glossofaríngeo e Nervo Vago: o nono (IX) e décimo (X) pares
Nervo Acessório: o décimo primeiro par (XI)
Fala pessoal do Jaleko!!
Hoje, no último post da série “Nervos Cranianos”, falaremos sobre o Nervo Hipoglosso. Vamos nessa fechando com chave de ouro a série!
Nervo Hipoglosso (XII)
O último par craniano, o XII par, é o Nervo Hipoglosso. É um nervo motor que se origina no encéfalo pelo sulco lateral anterior do bulbo e emerge no crânio pelo canal do hipoglosso. Após passar pelo canal, segue até o ângulo da mandíbula e, então, se dirige para diante sob a língua para realizar sua função.
O Nervo Hipoglosso possui ramos meníngeos, o ramo descendente, o tireo-hioideo e os ramos musculares. Os ramos meníngeos enviam fibras a dura-máter da fossa posterior. O ramo descendente envia um ramo para o músculo omo-hióideo e após une-se a um ramo comunicante descendente de C2 e C3, formando a alça do hipoglosso, e inerva então o esterno-hioideo e esternotireóideo. O ramo tireo-hióideo supre o músculo tireo-hióideo e os ramos musculares inervam a musculatura da língua.
Sua função está relacionada principalmente à inervação dos músculos extrínsecos (exceto o músculo palatoglosso, que é inervado pelo nervo vago) e intrínsecos da língua, conferindo, portanto, a motricidade da língua.
Os músculos intrínsecos (longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e o vertical) têm como ação encurtar, estreitar e achatar a língua. Eles têm grande importância na fala, deglutição e alimentação.
Já os músculos extrínsecos (genioglosso, estiloglosso e hioglosso) têm como ação realizar a movimentação da língua. O músculo genioglosso deprime (abaixa) a parte central da língua e faz a protusão da língua para fora da boca. O músculo hioglosso tem como ação deprimir a língua. O músculo estiloglosso retrai a língua e traciona o dorso da mesma para cima. Todos esses oito músculos citados acima são inervados pelo nervo hipoglosso, portanto, grande é a importância dele não é mesmo!?
TESTANDO O XII PAR
Agora, sabendo a ação de tais músculos que são inervados, fica fácil entender os testes realizados para avaliação.
Os testes realizados para examinar o Nervo Hipoglosso têm como função avaliar a força, volume e movimentação da língua.
Para avaliar o nervo hipoglosso, primeiro o examinador pede que o paciente abra a boca e então examina a língua em repouso, observando se há fasciculações ou outras alterações. Depois pede-se que o paciente ponha a língua para a fora e a mobilize para os lados, para cima e para baixo de forma lenta e rápida (avaliando então os músculos extrínsecos).
E por fim, o examinar solicita que o paciente faça força na bochecha com a língua, contra a resistência imposta pelo examinador tentando deslocar a língua, ou seja, o examinador vai aplicar uma força de resistência na bochecha enquanto o paciente, com a boca fechada, vai “forçar” a língua contra a bochecha (e a resistência imposta). Em condições normais, o examinador não consegue deslocar a língua, pois a mesma é potente devido ao seu tecido muscular. Para avaliação da força, o examinador pode optar por pressionar, com um abaixador de língua, o lado em protusão, fazendo também bilateralmente para então comparar a força dos dois lados.
DISFUNÇÃO DO NERVO HIPOGLOSSO
Se houver lesão de um nervo hipoglosso, um lado da língua fica paralisado. O efeito da lesão pode ser percebido durante o exame semiológico do XII nervo, pois quando o paciente realizar protusão da língua, a mesma se desviará para o lado da lesão. E durante a avaliação da língua em repouso dentro da boca, o que se observará é o desvio contralateral à lesão. Na avaliação de força, o paciente consegue pressionar a língua contra a bochecha do lado lesado, mas não consegue pressioná-la contra a bochecha do lado normal. Nas lesões unilaterais, o paciente pode apresentar dificuldade em manipular os alimentos na boca e dificuldade em movimentos rápidos da língua.
Então é isso pessoal! Espero que tenham gostado da série sobre Nervos Cranianos e não se esqueça da importância do exame semiológico, como já falei em outros artigos por aqui!! Bons estudos! Abraços!!