O vírus Amarílico ou da febre amarela representa grande problema de saúde pública. Possui rápida disseminação no ambiente, tendo uma forma urbana e uma silvestre. Uma das maneiras de prevenção contra esse arbovírus e as complicações geradas por ele é o uso da vacina. Mas o que você sabe sobre ela?
Introdução:
A Febre Amarela é uma doença erradicada na sua forma urbana e que possui vacina. No entanto, atualmente, o Brasil tem presenciado um surto de casos silvestres em alguns estados do país. Diante deste cenário, iniciado no final de 2016, o Ministério da Saúde decidiu ampliar a oferta da vacina na tentativa de controlar a disseminação dos vírus mantidos nos ciclos silvestres para que o mesmo não retorne ao estabelecimento da sua forma urbana.
A vacina:
A vacina é desenvolvida a partir da cepa atenuada 17D do vírus Amarílico, cultivada em ovos embrionados de galinhas livres de agentes patogênicos. Sua produção é realizada pelo Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, desde 1937.
Resposta Imunológica:
Como se trata de uma vacina atenuada, após sua administração, ocorre uma “simulação” da infecção natural no organismo do indivíduo que a recebeu. O vírus, mesmo enfraquecido, é facilmente replicado pelo sistema imune e têm-se um pico de viremia (presença de vírus no sangue), entre 3 a 7 dias após a vacinação. Dessa maneira, são desenvolvidos anticorpos específicos contra o vírus Amarílico. Sendo a vacina eficaz e segura, há uma menor ocorrência da doença em regiões onde o programa de imunização é efetivo.
E o reforço?
Essa profilaxia é realizada para todas as pessoas que vivem em áreas de risco ou em até 10 dias antes para àquelas que irão se deslocar para essas regiões. Como estudos demonstravam que a imunidade persistia por um período de 10 anos, a regulamentação sanitária exigia um reforço a cada 10 anos. Porém, em 2017, seguindo recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica descrevendo que a dose de reforço não era mais recomendada. Bastando assim, uma única dose na vida para conferir a imunidade permanente.
No entanto, após surtos de casos em regiões onde antes não havia indicação para a vacina, foi realizada uma campanha inédita de vacinação em dose fracionada, para que a cobertura vacinal fosse garantida. Dessa maneira, as pessoas que foram vacinadas de forma fracionada, receberam 1/5 da dose na intenção de proteção imediata. Neste caso, estudos demonstram que a imunização é de cerca de 8 anos e, provavelmente, esta população deverá receber dose de reforço no futuro. Vale lembrar que para viagens internacionais, apenas a dose plena é aceita.
Quem NÃO pode tomar:
Existem alguns efeitos colaterais comuns à vacina, como dor no local da aplicação ou ainda cefaleia, dor muscular e reações alérgicas – em casos mais extremos. Pensando nesses possíveis efeitos e se tratando de vacina com vírus atenuado, sua aplicação é contraindicada para determinada população. Fazem parte desta, indivíduos que possuem algum grau de imunocomprometimento. São eles: bebês menores de 9 meses, grávidas, pacientes imunodeprimidos, com doenças hematológicas graves, alérgicos aos componentes do ovo e outros. No entanto, em áreas de alto risco, essas contraindicações são relativas.
Assista à nossa vídeo-aula sobre Febre Amarela e saiba muito mais. Até o próximo artigo!
Achei um conteúdo muito importante e informativo! Aproveitando o momento, gostaria de deixar uma leitura complementar sobre vacinas, caso queira tirar algumas dúvidas sobre: https://blog.vitta.com.br/2020/08/24/o-que-e-vacina/
Valeu pelo bizu!