O câncer de mama representa a neoplasia maligna mais frequente que acomete as mulheres (excetuando-se o câncer de pele não melanoma) em todo o mundo. É uma doença que se diagnosticada e tratada oportunamente apresenta bom prognóstico e possibilita terapias mais efetivas e menos agressivas.
Veja também: Direto ao Ponto: Contracepção Hormonal e Câncer de Mama
De acordo com o INCA, a sobrevida do câncer de mama vem aumentando nas últimas décadas. Atinge, atualmente, a taxa de 85% nos países desenvolvidos. Entretanto, essa mesma realidade não se aplica aos países em desenvolvimento, onde a sobrevida atinge valores entre 50% e 60%. Nestes locais é a maior causa de mortalidade de mulheres.
Fatores de Risco:
– Menarca precoce;
– Menopausa tardia;
– Idade maior que 50 anos;
– Doenças proliferativas da mama;
– História familiar positiva;
– Sexo feminino;
– Obesidade;
– Nuliparidade;
– Tabagismo e etilismo;
– Idade avançada da primeira gestação;
– Predisposição hereditária (principalmente mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, entre outros).
Sinais e Sintomas:
– Nódulo mamário, geralmente indolor;
– Alterações no aspecto do mamilo;
– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
– Linfonodomegalia axilar;
Saída de líquido anormal das mamas.
Métodos de Rastreio e Diagnóstico:
O exame clínico das mamas deve ser efetuado por profissional qualificado e com frequência anual a partir dos 35 anos de idade. O autoexame deve ser realizado pela paciente frequentemente. Consiste nas medidas de palpação das mamas para familiarização dos aspectos normais e identificação precoce de eventuais alterações. O autoexame não altera a mortalidade por câncer de mama.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia, Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, bem como da Sociedade Brasileira de Radiologia é de que se inicie o rastreamento através da realização de mamografia a partir dos 40 anos de idade e com frequência anual. Desta forma, é possível fazer o diagnóstico precoce do câncer de mama e possibilitar tratamento mais efetivo e menos mórbido e com impacto na redução de mortalidade.
Entretanto, do ponto de vista de custo de efetividade, onde os governos necessitam gerenciar os recursos da saúde para atender e rastrear um maior número de mulheres e inclusive com ampliação da cobertura populacional, a idade é outra. O início da realização da mamografia poderia ser aos 50 anos de idade, com frequência a cada dois anos e com término aos 69 anos conforme preconizado pelo INCA/Ministério da Saúde.
A ultrassonografia da mama não é utilizada com a intenção de rastreamento, mas pode ser necessária para avaliação de mamas densas ou na definição da natureza cística ou sólida de nódulos palpáveis. A ressonância magnética das mamas não está indicada para a população geral, apenas em casos específicos.
Na suspeita de câncer, a realização da biópsia do tecido coletado da mama é mandatória. Caso seja feito o diagnóstico, a imuno-histoquímica (exame que avalia se há presença ou não de receptores hormonais: receptores de estrogênio, progesterona e HER 2 – Receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano – é um gene que pode ser encontrado em todas as células do corpo humano, que tem como função ajudar a célula nos processos de divisão celular) e sua classificação histológica deverá ser realizada.