O tamponamento cardíaco é a complicação aguda mais temida da pericardite aguda, sendo caracterizado pelo acúmulo de líquido pericárdico, comprimindo todas as câmaras cardíacas, causando restrição diastólica e baixo débito cardíaco que pode evoluir para choque circulatório obstrutivo.
O tamponamento cardíaco é um quadro emergencial e deve ser prontamente diagnosticado para que medidas de urgência sejam tomadas.
Manifestações clínicas:
Pulso Paradoxal: Queda da pressão arterial sistólica superior a 10mmHg (20mmHg conforme algumas referências) durante a inspiração. A fisiopatologia do pulso paradoxal é simples. Durante a inspiração profunda, temos redução da pressão intratorácica, gerando aumento do retorno venoso para as cavidades direitas do coração. Devido à presença do derrame pericárdico, o sangue que preenche o VD durante a inspiração comprime o septo interventricular contra o VE, diminuindo sua luz e, consequentemente, gerando redução do débito cardíaco e choque.
Tríade de Beck: Hipotensão arterial + Turgência Jugular Patológica + Hipofonese de bulhas cardíacas.
Alterações no pulso venoso: Descenso Y abolido. Lembrando que, na análise do pulso venoso, o descenso Y representa o momento da abertura tricúspide e a saída de sangue do átrio direito para o ventrículo direito.
Dispneia, dor torácica, sintomas de baixo débito e taquicardia
Exames complementares:
ECG: Taquicardia sinusal, complexos QRS de baixa voltagem, alternância elétrica do eixo QRS, arritmias atrias.
Radiografia de tórax: cardiomegalia (“coração em moringa”).
ECO: Identifica o derrame pericárdico e avalia as variáveis hemodinâmicas correspondentes do tamponamento: colapso diastólico das câmaras direitas, distensão da VCI e ausência da redução do seu diâmetro com a inspiração, elevação da pressão capilar pulmonar e equalização das pressões intracardíaca.
Tratamento:
O tamponamento cardíaco é uma emergência médica e deve ser tratado como tal, de forma que a terapêutica envolve a pericardiocentese de alívio, a qual deve ser guiada por ultrassonografia. Às vezes, com a retirada de cerca de 20ml de líquido pericárdico pode ser o suficiente para evitar a morte do paciente por choque obstrutivo.
Geralmente o líquido pericárdico retirado possui características exsudativas.
O líquido hemorrágico possui como causa mais comum as neoplasias (nos EUA) e a tuberculose (nos países em desenvolvimento).
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