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Rotavírus

3 anos atrás
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por Cíntia Mello
3,857 Visualizações
Escrito por Cíntia Mello
4.6
(9)

A infecção por Rotavírus é a principal causa de diarreia não bacteriana, em crianças menores de 5 anos, em todo o mundo, principalmente no inverno. Mas você sabe como ocorre essa infecção, seu tratamento e como preveni-la?

Agente etiológico

O rotavírus pertence à família Reoviridae, gênero Rotavírus, sendo vírus de RNA, dupla fita, não envelopado, possuindo um duplo ou triplo-capsídeo (interno, intermediário e externo).

A proteína, que pertence ao capsídeo, permite a classificação desse agente em 11 sorogrupos sorologicamente distintos. Sendo os sorogrupos A, B, C já isolados em infecções no homem, sendo o “A” o principal causador de doença do ser humano.

Acometendo, da mesma forma, várias espécies de mamíferos e aves. Tem como característica sobreviver em meios com pH entre 3,5 (ácido) e 10,0 (básico). Sendo assim, consegue resistir facilmente e passar pelo estômago humano.

Epidemiologia e Transmissão

A principal via de transmissão é a fecal-oral, por meio de água e alimentos contaminados, ocorrendo, inclusive, em locais com boas condições de saneamento básico.

Outras vias possíveis de transmissão seriam: pessoa a pessoa, por fômites (qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos infecciosos, de um indivíduo a outro) e via aerossóis, onde o vírus também pode estar presente.

O reservatório é o trato gastrointestinal, e fezes do homem e de animais infectados.

Os rotavírus são responsáveis por 35 a 50% dos casos de diarreias severas (gastroenterites), em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade. As rotaviroses (doenças causadas por rotavírus) ocorrem, principalmente, no inverno.

No mundo, estão associados a mais de 2 milhões de internações e 500.000 mortes por ano, devido as gastroenterites. No Brasil, mais de 40.000 internações (para reposição de volume e eletrólitos) e mais de 4 mil mortes, anualmente.

Patogenia

  • Período de incubação: 2 a 4 dias (em média, 2 dias);
  • Período de transmissão: 3º e 4º dias, após os primeiros sintomas (quando ocorre a máxima excreção de partículas virais, porém podem ser detectadas até após a resolução do quadro diarreico).

Tudo começa a partir da ingestão do vírus, veiculado diretamente pela transmissão fecal-oral por água e alimentos contaminados, pessoa a pessoa ou indiretamente por fômites, entre outros.

Os rinovírus resistem à acidez estomacal e atingem a mucosa do intestino delgado. Esses vírus possuem tropismo (afinidade), pelas células altamente diferenciadas, presentes nas microvilosidades intestinais dessa região apical – células essas responsáveis pela absorção de nutrientes.

Havendo a infecção dessas, ocorre a multiplicação das partículas virais, provocando lesão e diminuição da capacidade absortiva – as microvilosidades celulares são destruídas, desenvolvendo achatamento celular.

Esse prejuízo da capacidade de absorver por essas células favorece a eliminação dos vírus pelas fezes (em média, 1010 partículas virais por grama).

Além disso, o rinovírus possui uma proteína não estrutural liberada no local, denominada Proteína NSP4 – semelhante a uma enterotoxina -, que provoca uma aleração funcional sobre os enterócitos: atua nos depósitos de cálcio intra-celulares, aumentando a sua excreção pelo retículo endoplasmático.

Fazendo com que haja alteração na permeabilidade da membrana. Ademais, atua sobre o sistema nervoso entérico autônomo, via citocinas e prostaglandinas, aumentando mais ainda a liberação do íon cálcio.

Esse mecanismo induz um processo inflamatório regional e, assim, ocorre leucocitose fecal (presença aumentada de células mononucleares nas fezes). A atuação da NSP4 gerando a excreção de eletrólitos e água culmina num quadro de desidratação.

Manifestações clínicas

Pontualmente:

– Diarreia, febre, náuseas, vômitos, dor abdominal;

– Quadro persistente, com duração de 10 a 15 dias;

– Quadro mais severo em crianças de 6 a 24 meses;

– Quadro mais brando (infecção inaparente ou subclínica) em 20 a 25% dos casos.

Sabendo um pouco mais:

A rotavirose pode se apresentar na sua forma clássica, principalmente na faixa de 6 a 24 meses, sendo caracterizada por quadro abrupto de vômito, diarreia – caráter aquoso, aspecto gorduroso (esteatorreia) e explosivo – e febre alta (>38,5ºC).

Além da forma clássica, podem ocorrer formas leves e subclínicas nos adultos, formas assintomáticas na fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida.

Eventualmente, o quadro clínico pode se apresentar com outros sintomas associados, como: náuseas, inapetência (anorexia, falta de apetite), dor abdominal, comprometimento respiratório caracterizado por otite média e broncopneumonia.

Diagnóstico Laboratorial

É baseado na detecção das partículas virais nas fezes do paciente. De preferência, essa investigação deve se dar do 1º ao 4º dia de doença, fase de mais excreção viral. Pode ser realizado:

– Pela pesquisa direta de antígenos virais por Aglutinação com Látex ou por metodologia ELISA (teste imunoenzimático);

– Sorologia por ELISA: distinção de grupos sorológicos.

A saber: todas as amostras positivas, seguindo os protocolos nacionais e mundiais, devem ser encaminhadas para os Laboratórios de Referência, para realização de testes de genotipagem e sequenciamento. No Brasil, temos 3 Laboratórios de Referência: IEC/PA, IAL/SP e Fiocruz/RJ.

Tratamento

– Correção da desidratação e do distúrbio eletrolítico (uso do SRO: Sal de reidratação oral; classificação do grau de desidratação para tratamento específico preconizado);

– Combate à desnutrição (anorexia e síndrome perdedora de proteínas, causadas pelo quadro diarreico);

– Não se recomenda o uso de antimicrobianos, e não há medicamento específico para o rotavírus;

– Medicamentos contra-indicados: antieméticos que possam originar manifestações extrapiramidais, depressão do sistema nervoso central e distensão abdominal, podendo impedir ou dificultar a ingestão do soro oral (metoclopramida, clorpromazina); antiespasmódicos que inibem o peristaltismo intestinal, facilitando a proliferação de outros agentes infecciosos e, consequentemente, o prolongamento do quadro diarreico – podendo levar à falsa impressão de melhora do caso (atropínicos, loperamida, difenoxilato); adstringentes que possuem apenas efeitos cosméticos sobre as fezes, aumentando a consistência do bolo fecal, além de espoliar sódio e potássio (carvão ativado, caolin-pectina); antipiréticos que possam produzir sedação e prejudicar a ingestão oral de líquidos (dipirona); lactobacilos, pois não existem evidências de eficácia, apenas onerando mais ainda o tratamento.

Controle e Prevenção

As medidas de controle e prevenção se relacionam a melhores condições de saneamento básico, melhoria da qualidade da água, cuidados e higienes pessoais e dos alimentos, incentivo ao aleitamento materno que confere imunidade pelos anticorpos da mãe até os 6 meses de vida.

No entanto, somente medidas de saneamento não são suficientes, uma vez que podem existir outras rotas de infecção.

Pensando nisso, foi incluída no calendário de vacinação brasileiro desde 2006, a vacina obrigatória contra o rotavírus: VORH (Rotarix). Sendo considerada a medida de maior impacto na profilaxia da rotavirose e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), utilizada em 89 países de todos os continentes.

Desde 2009, a OMS estabeleceu uma rede mundial de vigilância sentinela de doenças bacterianas invasivas e rotavírus.

É uma vacina de vírus atenuado, administrada por via oral, em 2 doses: a 1ª aos 2 meses de vida, e a 2ª aos 4 meses de idade (juntamente com a tetravalente).

A vacinação fora da faixa etária preconizada NÃO é recomendada, pelo risco de complicações (como invaginação das alças intestinais).

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