Introdução
A insuficiência cardíaca descompensada é uma síndrome clínica na qual anomalias cardíacas estruturais ou funcionais fazem com que o coração seja incapaz de ejetar e/ou acomodar o sangue dentro de valores pressóricos fisiológicos, causando, assim, limitação funcional e exigindo intervenção terapêutica imediata.
Os pacientes com esse quadro apresentam sinais de baixo débito cardíaco, congestão sistêmica e/ou pulmonar.
São causas de descompensação da IC: Má aderência terapêutica; Infecções; Sobrecarga hidrosalina; IAM; Arritmias; TEP; Fármacos cardiodepressores; Miocardite; anemia e outros.
Avaliação do perfil clínico
Quente – boa perfusão periférica = DC e RVP normais.
Frio – má perfusão periférica = Redução do DC e aumento da RVP.
Seco – Sem sinais de congestão = Pressão de enchimento de VE normal.
Úmido – Com sinais de congestão = Pressão de enchimento de VE elevada.
Tratamento da IC Aguda
Abordagem inicial:
Monitorização de sinais vitais, oxigênio suplementar (caso necessário) e acesso venoso.
Exames laboratoriais básicos: Hemograma completo (avaliar anemia e infecção associados), função renal, dosagem de eletrólitos, marcadores de necrose miocárdica para descartar IAM associado, gasometria arterial (avaliar saturação de O2 e acidose), RX de tórax, ECG e Ecocardiograma transtorácico.
Tratamento baseado nos perfis hemodinâmicos:
Perfil B – O perfil “Quente e Úmido” é o mais comum, com paciente bem perfundido, mas congesto, tendo como tratamento o uso de diuréticos. O médico pode lançar mão de vasodilatadores nos casos mais graves (reduzindo a pós-carga do VE).
Perfil C – O perfil “Frio e Úmido” é quando o paciente se apresenta mal perfundido (baixo DC e alta RVP) e congesto, necessitando de tratamento com inotrópicos e diurético. Em casos refratários deve-se pensar no suporte mecânico circulatório (Balão intra-aórtico, ECMO, ultrafiltração).
Perfil L – O perfil “Frio e Seco” é quando o paciente se apresenta mal perfundido e sem congestão, necessitando de hidratação venosa cautelosa.
O objetivo é manter o paciente “Quente e Seco”, ou seja, com boa perfusão e sem congestão.
Saiba mais sobre o perfil geral da insuficiência cardíaca no artigo Manifestações da Insuficiência Cardíaca