Fala galera! Continuando nosso bizu do exame físico na terapia intensiva! (Veja aqui a parte I)
Respiratório:
Seguindo então para a parte respiratória, antes de partir praausculta algumas perguntas tem que ser respondidas:
1 – O paciente está em ar ambiente? Não? Porque? Tem esforço? Dessaturando?
2 – Se está em uso de o2, a quantos litros? Desligue ao examinar e veja se o paciente tolera.
3 – Está em VNI? Quantas vezes faz VNI por dia? Tolera a VNI? Quanto tempo tolera?
4 – Está intubado? Qual o tubo? Número do tubo? Altura do tubo? Em que modo está ventilando? qual a pressão, peep, volume corrente, FR, pressão de platô, Fio2, drivingpressure? Está bem adaptado? Tem secreção? Assincronias? Há quantos dias está intubado? Qual a perspectiva de extubação? Resolvido a causa que levou a intubação? Tolera PSV ou qualquer outro modo não controlado?
No exame, propriamente dito, estamos acostumados a auscultar o dorso do paciente, mas na UTI , a grande maioria não consegue virar de costas pra você fazer isso, logo devemos auscultar a parte da frente nas bases e nos ápices. Analisar o padrão ventilatório e questionar a presença de sintomas como tosse, dispneia, entre outros. Comparar nossa ausculta com os achados radiológicos.
Abdome:
Descendo um pouco mais, chegamos ao abdômen, lembrar de auscultar antes de palpar, pode-se optar por auscultar tudo junto ( coração, pulmão e peristalse, a ordem não importa, o importante é não deixar passar nada ), palpação superficial e profunda em busca de massas e analisando a sensibilidade ao toque. Analisar a dieta, se é via oral, enteral, parenteral ou zero e questionar o porquê de cada. Observar a presença de distensão, questionar o paciente sobre o padrão evacuação atual e prévio. Avaliar invasões como drenos, oostomias, se estão funcionantes, sua localização e o curativo.
Bom, é isso. Esse mini-roteiro me ajudou bastante nesses dois anos de estágio. No começo, não conseguimos lembrar de tudo, mas com o tempo isso vira um processo automático. Pra finalizar quero só mais uma vez lembrar que esse é o momento que a gente sai do campo teórico e vai para o prático. Talvez você tenha a impressão de que por ser acadêmico o seu exame não vale de nada e que você nem tem capacidade de mudar em nada. Mas, o paciente na sua frente está grave,precisa de ajuda e tem que ser levado a sério, então faça a diferença, examine com cuidado e respeito e passe tudo para os seus rotinas, para que juntos possam construir uma prescrição adequada.
E, falando em prescrição, o Jaleko lançou um curso online, que toda vez que eu lembro que ele existe eu choro, lembrando todo o tempo que eu demorei pra aprender aquilo e que poderia ter aprendido muito mais rápido assistindo essas aulas de medicina online. Então, trouxe aqui também uma pequena amostra do curso. Não deixem de assinar! E fiquem espertos para os próximos bizus!
Veja também Dicas para o estagiário de terapia intensiva – Exame físico parte I
Ótimas dicas, faltou só o video 🙁
Que bom que gostou, Guilherme! E valeu pelo aviso, já colocamos o link do vídeo no artigo (: