O internato médico é o período mais aguardado por nós, estudantes de medicina. É quando finalmente lidamos mais de perto com o dia a dia da profissão médica, conhecemos as especialidades e vemos aquela que mais se encaixa no nosso perfil. É o momento de muitas mudanças, acompanhado de uma rotina mais pesada. Mas também é um período muito gratificante e de muito crescimento e aprendizado técnico, profissional e pessoal. Então, aqui vai um relato para compartilhar minhas experiências vividas até o momento durante o internato.
Escolha da ordem de rodízios
Geralmente as turmas ficam divididas em grupos menores, e cada um desses grupos começa o internato por um rodízio diferente. Na escolha da ordem dos meus rodízios, optei por começar junto das pessoas que tenho mais afinidade e por aqueles com a carga horária mais pesada. Esse momento sempre gera muita dúvida entre nós, mas foram esses os critérios que faziam sentido pra mim. Outros colegas começaram pelos rodízios nas especialidades que eles sentem mais dificuldades. Na dúvida, é sempre bom conversar com os colegas de turma pra compartilhar os pontos de vista.
O dia a dia no internato
Estou cursando o internato obrigatório de pediatria. Embora não seja uma especialidade que penso em seguir, está sendo uma experiência bem legal. Rodamos em diversos serviços, como alojamento conjunto, ambulatórios de pediatria geral e de especialidades pediátricas e enfermaria. Além disso, tenho que cumprir semanalmente um plantão de 12h em emergência ou CTI pediátrico. Geralmente, a rotina funciona da seguinte forma: nós examinamos e escrevemos a evolução de algum dos pacientes e depois passamos o caso para o professor responsável, para discutir a conduta. Também auxiliamos ou realizamos os procedimentos sob supervisão. Nos ambulatórios nós acompanhamos as consultas ou atendemos sozinhos os pacientes e depois passamos o caso pra o professor ou staff. Nesse sentido, pra mim é sempre melhor quando atendemos sozinhos, pois conseguimos fixar melhor o aprendizado. Muitos dos serviços têm residentes também, o que pode tornar as coisas mais fáceis já que muitos deles passaram há pouco tempo pelo o que estamos vivenciando agora. Por isso, sempre procuro algum residente mais solícito pra poder ficar junto.
Pra mim tem sido difícil em algumas situações, especialmente no cálculo de doses de medicações. Nas crianças, as doses são muito diferentes das dos adultos, o que torna a prescrição algo mais complexo. Além disso, a carga horária tem sido cansativa, principalmente nos dias de plantão e nos finais de semana que temos que passar visita na enfermaria. Durante o internato tenho tido também aulas teóricas online e sessões clínicas onde os internos apresentam casos vistos durante a prática. Embora seja produtivo poder revisar temas que vimos no ciclo clínico, muitas dessas atividades coincidem com o horário das atividades práticas e fica difícil acessá-las mesmo remotamente.
Rotina de estudo no internato
Mesmo sendo uma etapa da faculdade quase que exclusivamente prática, não deixo de ter uma rotina de estudos. Costumo estudar sobre os temas vistos durante os ambulatórios e enfermarias. Assim, ao chegar em casa após um longo dia no hospital, separo um tempo para aprender ou revisar sobre determinado assunto. Para aqueles que assim como eu começam a estudar pras provas de residência durante o internato, é muito importante manter a organização e o planejamento para não se atrapalhar com as demandas do internato.
Estágio extracurricular
Em paralelo ao internato, eu e outros colegas realizamos estágios não obrigatórios ou acompanhamos plantões. Um ponto positivo é que aumentamos ainda mais nosso contato com a prática e isso amplia nossa rede de networking, afinal é importante garantir alguns plantões como recém formado, né? Porém, algumas vezes pode ser difícil conciliar as atividades e plantões do internato com as do estágio não obrigatório.
Respira e não pira
Nessa etapa da faculdade, com a rotina mais intensa e exaustiva, pode parecer difícil para nós conciliarmos o internato com outras atividades, como exercícios físicos e hobbies. Uma dica que tem dado certo pra mim é reservar dias e horários específicos para praticar atividades físicas, ficar com a família e assistir à filmes e séries – uma saúde física e mental é essencial para ter um bom desempenho durante seu internato. E pra te ajudar a não pirar durante seu internato, está disponível para download o “Guia de Sobrevivência do Estudante de Medicina” com as melhores dicas e conselhos pra te ajudar a passar pela reta final da faculdade da faculdade e se tornar um ótimo médico.