Fala, galera! Tudo bem?
Acho que todo mundo já está bem ligado na pandemia sem precedentes, que assola o mundo inteiro. Em nosso site, contamos com um curso completo sobre a COVID-19, para você dominar o Coronavírus. Só que agora nós vamos ter uma outra conversa: falaremos sobre as principais dúvidas que envolvem a COVID-19.
Claro que a gente sabe que a maioria já leu muito acerca da doença, mas sempre tem aqueles detalhes em que a gente fica na dúvida. E aqui, eu prometo para você, será o lugar ideal para acabar com essas incertezas.
Bem, para começar, quem é o Coronavírus? É um grupo de vírus da subfamília Orthocoronavirinae, da família Coronavirinae, e da ordem Nidovirales. É um vírus de RNA, com fita simples de sentido positivo, e que usa uma enzima de replicase de DNA (ou uma polimerase de RNA dependente de RNA) em sua replicação (não, ele não tem uma transcriptase reversa como o HIV).
Momento curiosidade: O coronavírus se chama assim porque seu aspecto, na microscopia eletrônica, parece uma Coroa Solar.
O Corona infectando humanos foi identificado pela primeira vez na década de 1960 (cepa HCoV-229E), e sabe-se que pode infectar um grande número de animais, principalmente mamíferos e aves (mas não limitados a esses; sabemos que também repteis podem ser infectados).
Coronavírus sempre causa infecção grave?
Não!! Existem várias cepas de coronavírus que sabidamente infectam humanos. A maior parte causa infecção respiratória leve. Na verdade, o coronavírus é uma das principais causas do resfriado comum – alguns estudos apontam como a segunda causa – junto com o Rinovírus.
Quantos coronavírus existem?
Essa é uma questão um pouco complicada porque há subtipos que não infectam humanos (ao menos ainda…) e é possível que tenhamos outros subtipos não identificados.
Hoje, temos 5 cepas circulando entre os humanos. As cepas 229E, NL63, OC43 e HKU que causam infecções leves como o resfriado comum e a SARS-COV-2 que é a cepa causadora do COVID-19.
A COVID-19 é a pior epidemia da história do Corona?
Isso é um tanto polêmico! Hoje, a covid-19 é a infecção grave por corona que mais pessoas foram infectadas, e foi declarada como uma pandemia.
Porém, nem de perto é a com maior letalidade. No atual século, tivemos duas epidemias com alta taxa de mortalidade, a SARS-CoV, na Ásia, em 2002, apresentou 8089 casos (relatados à OMS), com letalidade de 11%. E a MERS-CoV, na Península Arábica, em 2012, com 2494 (relatados à OMS), com letalidade de 32%.
Leia também: Uma pandemia: os achismos e a ciência baseada em evidência – em que acreditar?
O paciente teve contato com pessoa infectada. Ele terá sintomas?
Nem sempre! Até o momento, as infecções pelo SARS-C0V-2 são 80% das vezes assintomáticas ou leves. Apenas 15% se desenvolvem com sintomas mais intensos, necessitando do aporte de oxigênio. Os 5% restantes é que evoluem para quadros mais graves e severos, precisando de ventilação mecânica.
Após a infecção, a partir de quanto tempo se desenvolvem os sintomas?
Em média, os sintomas mais frequentes são:
- febre baixa (<38ºC, 99% dos casos);
- fadiga (70%);
- tosse seca (59%);
- anorexia (40%);
- mialgia (35%);
- dispneia (31%, em média 5 dias após início dos sintomas).
Outros menos comuns (cefaleia, dor de garganta, coriza, náuseas e diarreia) – surgem após 4 a 10 dias do contato com o SARS-COV-2 – mais comumente de 4 a 5 dias. Porém, existem casos do aparecimento de sintomas depois de 14 dias do possível contato. Dessa forma, o período de incubação é de 4 a 14 dias.
Durante quanto tempo um indivíduo infectado pode transmitir o vírus?
Isso é muito variável! Estima-se que, até o momento, o período de transmissibilidade ocorra durante 0 até 7 dias após o início dos sintomas, sendo os picos de maior transmissão entre os 3 a 5 dias da COVID-19. Entretanto, também se acredita que ocorra uma fase “pré-sintomática” de transmissão, em torno de 24 a 48h antes que os sintomas apareçam.
Quais são as complicações mais comuns?
Em casos mais graves, a COVID-19 pode evoluir para pneumonia leve (81% dos casos); doença grave: dispneia, hipóxia, lesão pulmonar > 50% em 24-48h (14% dos casos); doença crítica: SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave); choque ou disfunção multiorgânica (5% dos casos).
Quanto tempo depois um paciente tratado e curado se recupera?
Segundo a OMS, para infecções leves o tempo de recuperação médio é de 2 semanas, e para infecções mais graves, cerca de 3 a 6 semanas.
Como prevenir e impedir a transmissão da COVID-19?
A prevenção e a redução da velocidade de transmissão do SARS-COV-2 se baseiam no que chamamos de “etiqueta respiratória”. São medidas simples, que visam a interromper as vias e a velocidade de transmissão do novo coronavírus.
Com isso, conseguimos achatar a curva de multiplicação do vírus a tempo reduzir o número de casos absorvidos pelo sistema de saúde.
As medidas são:
- lavar as mãos com água e sabão por 20s;
- cobrir a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar com lenço de papel (descartando depois) ou oferecendo barreira com o antebraço (NUNCA com as mãos!);
- evitar tocar os olhos, nariz e boca com as mãos, antes de lavá-las;
- usar álcool em gel 70% nas mãos e na desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência;
- não compartilhar objetos de uso pessoal;
- isolamento respiratório domiciliar e social: indivíduos sintomáticos não devem sair de casa por 15 dias, evitando locais e eventos com aglomerações;
- pacientes retornando de viagens no exterior, devem cumprir isolamento de 7 dias;
- manter distância de ao menos 1m, dentre uma pessoa e outra.
Quem são as pessoas do grupo de risco?
São pacientes mais suscetíveis à infecção pelo SARS-COV-2 e mais propensas ao desenvolvimento de quadros graves:
- pacientes idosos maiores de 60 anos – porém, a taxa de mortalidade é maior nas faixas etárias de 70 a 79 anos (8%) e acima de 80 anos (15%);
- cardiopatas;
- diabéticos;
- portadores de doenças pulmonares;
- usuários de corticoides ou outras drogas imunossupressoras;
- doentes renais crônicos;
- crianças menores de 6 anos;
- gestantes e puérperas até 40 dias do parto.
Como ocorre a transmissão do SARS-CoV-2?
Principalmente por gotículas respiratórias diretamente em contato com membranas mucosas, de pessoa para pessoa. No entanto, também pode ocorrer via fômites contaminados após uma pessoa manuseá-los e, em seguida, tocar nos olhos, nariz e boca.
Não se sabe quanto tempo o SARS-CoV-2 pode sobreviver nessas superfícies, mas outros coronavírus conseguem resistir de 6 a 9 dias.
Porém, em estudos de avaliação do uso de diversos desinfetantes, a aplicação de álcool 62 a 71% e hipoclorito sódico 0,1% inativaram coronavírus presentes em 1 minuto.
Além desses mecanismos, o material viral foi encontrado em amostras fecais de pacientes infectados, sugerindo a possibilidade de transmissão fecal-oral – porém, sem potencial significativo para a disseminação da doença.
A transmissão por pessoas assintomáticas (crianças e jovens na faixa de 20 a 29 anos) também foi descrita, porém não se sabe a extensão dessa via. Contudo, esses indivíduos devem redobrar as medidas preventivas para não aumentarem a exposição dos componentes do grupo de risco.
Quais são os testes utilizados para detectar o SARS-CoV-2?
PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) – Padrão-ouro
Utiliza amostra obtida de swab nasofaríngeo e tem o objetivo de detectar e amplificar o material genético do vírus (RNA), confirmando o diagnóstico. A partir do 5º dia em média, mesmo com o paciente assintomático, é possível realizar o PCR para detecção do RNA viral.
A carga viral e, consequentemente, sua detecção decai a partir de 13/14 dias do início da infecção – havendo casos com persistência até o 28º dia do contágio. A desvantagem é o tempo de execução do teste, que pode demorar de 6h a 72h para liberação do resultado.
Antígeno viral
A presença de antígenos virais (diferentes do material genético – estamos nos referindo aos componentes da partícula viral) também pode ser útil desde o 5º até o 14º dia de infecção. As metodologias são mais rápidas, porém menos sensíveis que a PCR e ainda não são muito utilizadas.
Testes Rápidos (Imunocromatográficos)
São testes que visam a detectar a presença de anticorpos específicos IgM e IgG desenvolvidos em resposta à infecção viral, em amostras de sangue total, soro ou plasma. Podem ser úteis na triagem dos casos e como suporte ao resultado da PCR.
Alguns estudos sobre infecções com outros coronavírus demonstram que o perfil de detecção de IgM para essa família ocorre de 3 a 6 dias após contágio. Da mesma maneira, a IgG pode ser positivada depois de 8 dias.
No caso da COVID-19, a secreção de IgM pode ser detectada na fase aguda da doença, em média a partir do 7º dia (8º e 9º dias aumentam a sensibilidade do teste) – quando os pacientes já podem se encontrar sintomáticos.
Considerando o período médio de incubação (5 dias) e o melhor momento para detecção da IgM, se recomenda a solicitação do teste rápido a partir do 8º dia da infecção.
Seus níveis iniciam a redução a partir do 14º dia, mas foram relatados casos de positividade mesmo após 21 dias de doença.
A IgG será a imunoglobulina da fase tardia, responsável pela formação da “cicatriz imunológica” no paciente acometido e curado. Sua produção será maior em torno do 14º dia, havendo aumento até 28 dias e iniciando seu decaimento.
No entanto, não se sabe ainda até quando é possível detectar sua presença (existem relatos após 35 dias) e se sua produção reproduz imunidade de memória contra uma nova infecção ou em curto prazo (podendo o paciente ser reinfectado).
ATENÇÃO! Por volta dos 16º/17º dias da infecção, podemos ter tripla positividade. À medida que a doença evolui para a cura, teremos a negatividade da PCR e da IgM e positividade da IgG.
Características dos testes rápidos obtidos pelo Ministério da Saúde:
- Detecção simultânea de IgM e IgG;
- Possibilita triagem (paciente positivo ou negativo para SARS-CoV-2) com tratamento precoce e controle epidemiológico da doença;
- Podem ser usadas como amostras: sangue total, soro ou plasma;
- Resultado rápido: de 10 a 30 min (depende do kit);
- A amostra não precisa ser processada;
- Alto desempenho dos resultados com sensibilidade e especificidades altas (85 a 100%);
- Procedimento de coleta simples e fácil:
Como diagnosticar um caso de COVID-19?
O diagnóstico se dá pela detecção do RNA viral, por técnica de RT-PCR em tempo real, em amostras de secreção respiratória – colhidas apenas de pacientes sintomáticos.
Habitualmente, tem-se realizado o diagnóstico diferencial com o vírus Influenza e outros vírus respiratórios. Esses exames são realizados em sua maioria nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN).
Quais são as indicações para coleta de amostras?
As coletas de amostras respiratórias só serão indicadas e realizadas em pacientes que se enquadrem na definição de casos suspeitos, tanto na rede pública quanto na privada.
O que é considerado um caso suspeito de COVID-19?
Será considerado um caso suspeito aquele com paciente apresentando febre e/ou sintomas do trato respiratório inferior, que preencheram um dos seguintes itens nos 14 dias anteriores:
- Contato próximo (<2m) com caso confirmado ou suspeito, por período prolongado, sem utilização de EPI ou contato direto com as secreções respiratórias;
- Residir ou retornar de áreas onde foi relatada transmissão local ou comunitária de COVID-19.
Você encontra a resposta completa na live “Coronavírus: Respondendo perguntas de profissionais e estudantes da área de saúde”, produzida pelo Jaleko e disponível em nossa nova área de lives na plataforma.
Quais EPIs um profissional de saúde deve utilizar?
- Máscara cirúrgica: situações de menor exposição;
- Máscara N95: para procedimentos que envolvam produção de aerossóis potenciais em pacientes suspeitos ou confirmados, como procedimentos cirúrgicos;
- Máscara PFF2: intubação e aspiração traqueal, ventilação não-invasiva, RCP, ventilação manual, indução de escarro, coleta de swab nasal, exame físico com exame de orofaringe;
- Óculos de proteção individual;
- Capote impermeável;
- Luvas de procedimento;
- Touca ou gorro descartável.
Existem padrões laboratoriais sugestivos?
De acordo, principalmente, dos pacientes chineses, o padrão das células brancas é variável. Podemos encontrar leucocitose, leucopenia e linfopenia. Entretanto, a linfopenia é mais relatada, em 63% dos casos. Níveis elevados de TGP ou ALT também foram descritos. Ademais, níveis elevados de D-dímero e linfopenia intensa, foram relacionados à maior mortalidade.
E os padrões detectáveis nos exames de imagem?
Normalmente, tem-se observado, na TC de tórax de pacientes acometidos, lesões opacificadas em vidro fosco com ou sem consolidações, semelhantes a quadros de pneumonia viral. O padrão é de acometimento bilateral, distribuição periférica, envolvendo lóbulos inferiores.
Menos comumente: espessamento pleural, derrame pleural e linfadenopatia. Ressalta-se que a sensibilidade da TC de tórax para um caso com RT-PCR positivo é de 97%, porém com especificidade de 25%, devido a outros agentes causarem padrões semelhantes de acometimento pulmonar.
Quais são as drogas experimentais no tratamento para a COVID-19?
Hidroxicloroquina / Cloroquina (+ Azitromicina)
A cloroquina e sua variante hidroxicloroquina são drogas disponíveis no mercado desde as décadas de 1940/50, com utilização clássica contra malária em diversas partes do mundo – além da eficácia no tratamento de lúpus e artrite reumatoide. São medicamentos que têm baixo custo, sendo considerados também seguros.
No entanto, suas utilizações de forma prolongada ou sem indicação podem causar efeitos colaterais importantes: retinopatia ocular, anemia hemolítica, prolongamento do intervalo QT, taquicardia, hipotensão, entre outros.
Em estudos in vitro, foram demonstradas ações contra diversos vírus, entre eles: vírus da raiva, poliovírus, HIV, HAV, HBV, HCV, Influenza A e B, Influenza H5N1, dengue, Zika e chikungunya, HSV, etc. Porém, resultados em modelo animal contra MERS-CoV (outro tipo de coronavírus) foram conflitantes.
Diversos estudos surgiram e propuseram a modulação da inflamação causada pelo SARS-CoV-2 e a ação antiviral da hidroxicloquina/cloroquina nos quadros de COVID-19. Entretanto, são trabalhos com uma população (“n”) pequeno, que não relatam as doses usadas na sua maioria ou essas são recomendáveis forma assimétrica (até 800mg diárias), sendo muitos ainda in vitro.
Infelizmente. um artigo randomizado chinês recente não mostrou benefício no uso clínico.
Associação com Azitromicina: antibiótico utilizado na tentativa de prevenir infecções graves bacterianas do sistema respiratório. Em alguns pacientes, parece ter tido efeito sinérgico e/ou reforço da ação da hidroxicloroquina.
Artigos sugeridos:
– Breakthrough: Chloroquine phosphate has shown apparent efficacy in treatment of COVID-19 associated pneumonia in clinical studies. Gao J et al, 2020.
– A systematic review on the efficacy and safety of chloroquine for the treatment of COVID-19. Andrea Cortegiani et al, 2020.
– Hydroxychloroquine, a less toxic derivative of chloroquine, is effective in inhibiting SARS-CoV-2 infection in vitro. Jia Liu et al ,2020.
– Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID-19: results of an openlabel non-randomized clinical trial. Philippe Gautret et al, 2020.
Remdesivir
É um medicamento análogo de nucleosídeos, com ação contra diversos vírus de RNA (filovirus; pneumovirus; paramixovirus), inibindo a transcriptase de RNA dependente de RNA.
In vitro tem sido demonstrada boa ação contra os vírus Marbug, SARS-CoV e MERS-CoV, VSR, Nipah. Existem, também, estudos em andamento (fase I) contra o vírus Ebola.
Como já foi usado em outra epidemia de SARS, é mais uma droga experimental na tentativa de tratamento da COVID-19. Alguns estudos têm demonstrado sua capacidade de inibição da replicação do SARS-CoV-2, com poucos riscos de toxicidade usando concentrações menores. Todavia, não se conhecem ainda doses seguras / efetivas e resultados a longo prazo.
Artigos sugeridos:
– Nucleoside analogues for the treatment of coronavirus infections. Pruijssers AJ et al, 2019.
– Comparative therapeutic efficacy of remdesivir and combination lopinavir, ritonavir, and interferon beta against MERS-CoV. Timothy P. Sheahan et al, 2020.
Lopinavir/Ritonavir
São medicamentos inibidores de proteases, comercializado como Kaletra®. Inicialmente, foi muito utilizado no tratamento de pacientes adultos com HIV/Aids. Devido ao seu mecanismo de ação na inibição de proteases, também foi sugerido como possível tratamento contra o SARS-CoV-2. Estudos experimentais em pacientes graves estão em andamento. Alguns sugerem a associação da Ribavirina em altas doses com Lopinavir e Corticoides. No entanto, a neurotoxicidade e hepatotoxicidade associadas às drogas devem ser consideradas.
Artigos sugeridos:
– Role of lopinavir/ritonavir in the treatment of SARS: initial virological and clinical findings. C M Chu et al, 2004.
Interferon alfa 2B
Se trata de uma substância endógena utilizada contra hepatites virais e condições hematológicas. No Japão e na Europa, está sendo utilizado em pacientes com relação P/F <100. Chegou a ser conteúdo de fake news que citava Cuba, porém os dados são poucos e não parece ser a cura da COVID-19.
Tocilizumab
Anticorpo monoclonal, anti-IL-6, tem seu uso no tratamento de doenças reumatológicas, tais como artrite reumatoide e espondilite anquilosante. Sua utilização contra o SARS-CoV-2 foi sugerida após tratamento de pacientes graves, com melhoras significativas dos quadros. Estudos estão sendo desenvolvidos para assegurar sua eficácia (fase III).
Artigos sugeridos:
– Genentech Announces FDA Approval of Clinical Trial for Actemra to Treat Hospitalized Patients With Severe COVID-19 Pneumonia, 2020.
Nitazoxanida (Anitta®)
Conhecida como Annita®, é uma droga antiparasitária de grande espectro – principalmente contra protozoários. Porém, também possui ampla ação contra diversas categorias de vírus, como H1N1, H3N2, VSC, coronavírus, entre outros. Alguns estudos demonstraram efeitos antivirais e com toxicidade menor nos casos de COVID-19, quando comparada a outros tratamentos. Sua segurança é baseada no uso prolongado de 14 dias no tratamento da infecção por Cryptosporidium sp em pacientes HIV positivos. Ademais, estudo demonstrou melhora do quadro clínico de pacientes com Influenza, 500mg, 2x dia.
Artigos sugeridos:
– Nitazoxanide: A first-in-class broad-spectrum antiviral agente. Jean-François Rossign et al, 2014.
– Remdesivir and chloroquine effectively inhibit the recently emerged novel coronavirus (2019-nCoV) in vitro. Manli Wang et al, 2020.
– Effect of nitazoxanide in adults and adolescents with acute uncomplicated influenza: a double-blind, randomised, placebo-controlled, phase 2b/3 trial. JasonHaffizulla et al, 2014.
Favipiravir
Similar ao Remdesivir. Porém, muito precoce também.
Corticoides (Prednosolona)
Um estudo observacional demonstrou melhora da imagem pulmonar em pacientes com a forma grave da doença, mas sem diferença estatística.
Apesar dos diversos estudos, vale ressaltar que os dados ainda são insuficientes para garantir a eficácia e segurança das drogas. São necessários ensaios randomizados para melhor avaliação dos efeitos e mecanismos de ação.
*Este artigo foi publicado em 23 de janeiro de 2020.