Separamos aqui tudo o que você precisa saber sobre marcapassos cardíacos:
As células do nodo sinoatrial (AS) não são as únicas células do miocárdio com automaticidade intrínseca, existem ainda os marcapassos latentes, com capacidade de despolarização espontânea. Estes incluem: células do nodo AV, do fascículo atrioventricular e os ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje).
A regra é: o marcapasso com a velocidade mais rápida de despolarização na fase 4 (fase de despolarização espontânea), controla a frequência cardíaca. Normalmente o nodo SA tem a velocidade mais rápida de despolarização nessa fase, definindo a frequência cardíaca. Além disso, de todas as células cardíacas, o nodo SA possui os períodos refratários mais curtos, recuperando-se mais rapidamente e disparando novos potenciais de ação antes que outros tipos de células.
Frequência de disparo do Nodo Sinoatrial e dos Marcapassos Latentes no Coração
Localização | Frequência Intrínseca de disparo (impulsos/min) |
Nodo sinoatrial | 70-80 |
Nodo atrioventricular | 40-60 |
Fascículo atrioventricular | 40 |
Ramos subendocárdicos | 15-20 |
Quando o nodo SA conduz a frequência cardíaca, os marcapassos latentes são suprimidos (fenômeno denominado Overdrive suppression). Tal fenômeno ocorre da seguinte maneira: o nodo SA possui a mais rápida frequência de disparo de todos os potenciais de marcapassos, dessa forma, os impulsos se propagam a partir do nodo SA para os outros tecidos do coração. Os marcapassos latentes possuem a oportunidade de produzir rítmo cardíaco somente se o nodo SA for suprimido ou se a frequência de disparo intrínseca do marcapasso latente ficar mais rápida do que a do nodo SA.
Dessa forma, podemos concluir que os marcapassos latentes assumem a função de marcapasso cardíaco nas seguintes situações: caso a frequência de disparo do nodo SA diminua ou pare completamente; caso a frequência intrínseca de disparo de um dos marcapassos latentes passe a ser mais rápida do que a do nodo SA, ou se a condução dos potenciais de ação, a partir do nodo SA for bloqueada, devido a doenças da via de condução.
Referências: CONSTANZO, L. S. Fisiologia. 5.ª ed.
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