Fala galera!!! Agora que você já sabe o básico para uma prescrição, vamos ver se você sabe tomar as condutas adequadas. Vamos lá com algumas dicas de gasometria:
Você sabe interpretar os distúrbios do equilíbrio ácido-básico?
Chega no seu plantão um paciente com quadro de pneumonia, sendo colhida uma gasometria que mostrou os parâmetros abaixo:
pH 7,31 – PO2 76 – PCO2 30– HCO3 14. E ai? Que distúrbio é esse?
Gabriel, você está de brincadeira? Estudei até sangrar a mão para você me perguntar isso? Calma jovem, nunca subestime a gravidade do seu paciente, vai lá para de reclamar e me responde.
Tá, então temos uma acidemia, segundo o pH, e agora temos que buscar o culpado. Olhando para a PCO2 podemos perceber que a mesma encontra-se reduzida, provavelmente uma tentativa do corpo em corrigir a acidemia, logo não é o responsável pelo distúrbio. Por outro lado, o bicarbonato está abaixo do limite normal, assim encontramos nosso vilão. Com isso temos uma acidose metabólica. Finalizando, vamos verificar se esse é o único distúrbio presente, usando a formula de Winter ( PCO2 esperada = (HCO3 X 1,5) + 8 :
[expander_maker id=”2″ color=”blue” more=”Continue lendo” less=”Volte para o topo”]
PCO2esperada = (14 X 1,5 ) + 8 = 29! Não se esqueça de que é tolerável um desvio pra cima ou pra baixo de 2 pontos, portanto a PCO2 esperada está entre 27 e 31. Olhando mais uma vez para a gasometria chegamos a conclusão então que temos um distúrbio simples!
Challenge Accepted
Boa! Imaginei que vocês fossem capazes de responder com tranquilidade essa pergunta. Agora vem o verdadeiro desafio:
É natal, você está de plantão, afinal, acadêmico não é gente e tem mais é que trabalhar no feriado. De repente, você é chamado pra ajudar a admitir uma senhora de 115 anos com um quadro de choque séptico de foco a esclarecer. Seu staff, no espirito natalino, resolve fazer uma prova com você, na qual é sua função determinar qual o distúrbio ácido básico apresentado pela paciente:
pH 7,20 PCO2 32 HCO3 12 Na+ 124 Cl- 104 Albumina 1,5
Então você olha para a gasometria e pensa sobre o caso clínico. Ora, é um quadro de choque séptico, logo deve ser uma acidose lática, mas como bom acadêmico que é, você decide provar isso matematicamente:
pH 7,20 = Acidemia
HCO3 12 = Culpado pela acidemia, logo acidose metabólica ( surge um leve sorriso em seu rosto )
PCO2 32 = Calculando pela formula de Winter, chegamos a PCO2 esperada de 26, portanto, temos também uma acidose respiratória ( seus olhos começam a brilhar, agora é a sua hora )
Pra finalizar, o Ânion gap para provar sua teoria: AG = Na – CL – HCO3 = 124 – 104 – 12 = 8
8? Você decide apelar para a calculadora e mais uma vez chega ao número 8. Como assim?
O Ânion gap normal é ate 12 ( ou 16, varia de acordo com a referência ). Desesperado você não entende e não consegue descobrir a causa para o distúrbio acima. A medida que seu sorriso some, seu staff bate em seu ombro e diz: Padawan, faça o curso do Jaleko de gasometria e vai entender a resposta.
A volta dos que não foram
Passados algumas horas você retorna após assistir uma parte do curso, o paciente falece, afinal o choque séptico estava meio impaciente com sua demora, e percebe seu erro fatal! Maldita albumina… Depois de uma aula brilhante do professor Felipe Magalhães você lembra que diante de uma hipoalbuminemia é mandatório somar-se 2,5 ao Ânion gap para cada 1g-dL que a albumina cai. Partindo do valor de referência de que 4,0, então devemos somar 6,25 ao Ânion gap, chegando ao valor de 14,25. SHAZAM! Você estava certo o tempo todo, mas sem esse detalhe não teria segurança para tomar uma conduta em um momento crítico.
Tá, tudo isso pra você fazer a gente comprar o curso do Jaleko? Seu mercenário!! Não meu jovem, você pode encontrar essas informações em diversos livros texto, mas porque se dar o trabalho de fazer isso, se você pode assistir uma aula super didática do nosso professor Felipe! Então para de reclamar e vem com a gente!!! Segue aqui uma provinha do nosso curso de gasometria.
Até a próxima!
[/expander_maker]