Durante todo o período gestacional, uma das inúmeras preocupações da futura mamãe é saber como e quando alimentar um bebê de forma satisfatória. São muitos termos, definições, prazos, e tudo tem que dar certo. Uma alimentação adequada é constituída de leite materno em conjunto com alimentos introduzidos no momento correto para complementar o aleitamento materno. Por isso é importante entender alguns conceitos e conhecer o passo a passo recomendado pelas organizações e ministérios da saúde.
Conceitos importantes
Existem definições descritas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que foram adotadas e reconhecidas por todo o mundo relacionadas à nutrição do lactente. Assim, podemos descrever os tipos de aleitamento materno, alimentos e alimentação. São eles:
- Aleitamento materno: quando é ofertado leite materno à criança diretamente da mama ou extraído (ordenhado), independente da oferta de outros tipos de alimentos.
- Aleitamento materno exclusivo: é aquele no qual o leite materno (humano) é ofertado de forma exclusiva, diretamente da mama ou extraído (ordenhado), sem a participação de nenhum outro tipo de líquido (inclusive água) ou sólido. Salvo exceções, como: medicamentos, sais de reidratação oral, gotas ou xaropes constituídos de vitaminas e suplementos minerais.
- Aleitamento materno misto ou parcial: quando são ofertados tanto o leite materno quanto outros tipos de leite (origem animal – leite de vaca).
- Aleitamento materno predominante: quando ocorre a oferta, além do leite materno, de água ou outros líquidos à base de água, como: chás, sucos de frutas, infusões entre outros.
- Aleitamento materno complementado: quando são ofertados alimentos sólidos e/ou semi-sólidos, além do leite materno, a fim de complementá-lo em vez de substituí-lo. Aqui, vale ressaltar que outros tipos de leite, como o de vaca, não são considerados como alimentos complementares.
- Alimentos complementares ou de transição: são aqueles ofertados como complementos ao leite de materno, a partir 6º mês de vida. Não são recomendados antes do sexto mês, uma vez que a introdução precoce pode ocasionar prejuízos à saúde da criança – aumento dos episódios de diarreias, maior número de hospitalizações por doenças respiratórias, absorção insuficiente de nutrientes presentes no leite materno (como ferro e zinco), risco de desnutrição quando os alimentos introduzidos forem menos nutritivos que o leite materno (quando são muito diluídos, por exemplo), ineficiência da lactação como método contraceptivo e menor tempo de lactação.
- Alimentos in natura: são aqueles que são oferecidos e consumidos pelo lactente em seus estados naturais, não submetidos às alterações industriais que possam modificar suas propriedades físico-químicas (textura, composição).
- Alimentação complementar adequada e oportuna: àquela iniciada de forma complementar ao leite materno, a partir dos 4º ou 6º meses de vida com dietas adequadas.
O aleitamento deve durar quanto tempo?
Considerando a espécie humana, recomenda-se uma duração média de 2 a 3 anos de aleitamento materno. Uma vez que o desmame naturalmente ocorre nessa faixa etária. No entanto, conforme a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, o aleitamento materno exclusivo deve ser realizado até o 6º mês de vida do bebê, sendo complementado até os 2 anos ou além desses conforme desejo da mãe.
Sendo assim, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) juntamente com a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, elaboraram e recomendaram os “10 passos para uma alimentação saudável”, para as crianças menores de 2 anos.
Os “10 passos para uma alimentação saudável”
1º Passo: Oferecer leite materno exclusivo até os 6 meses de vida, sem oferta de água, ou quaisquer outros tipos de líquidos e alimentos.
2º Passo: A partir do 6ºmês, introduzir lentamente e de forma gradual, outros tipos de alimentos, porém mantendo o leite materno até os 2 anos.
3º Passo: Após o 6º mês, oferecer alimentos complementares (tubérculos, carnes, cereais, leguminosas, legumes, frutas), 3 vezes durante o dia – caso a criança ainda receba leite materno – e 5 vezes ao dia, se estiver desmamada.
4º Passo: A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horário, respeitando a vontade da própria criança.
5º Passo: A alimentação complementar deverá ser ofertada de forma espessa desde o início e oferecida com colher. O início deve ser com alimentos pastosos e gradativamente deve-se aumentar a consistência, até que se chegue na mesma consistência da alimentação familiar.
6º Passo: Diferentes alimentos devem ser ofertados à criança durante o dia. Uma alimentação variada é considerada uma alimentação colorida.
7º Passo: Sempre estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
8º Passo: Alimentos e líquidos como açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas devem ser evitados durante o 1º ano de vida. O sal deve ser usado com moderação.
9º Passo: Sempre cuidar do preparo e do manuseio dos alimentos, garantir o armazenamento e conservação de maneira adequada.
10º Passo: Estimular a criança doente e covalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, mas respeitando a sua aceitação.
Dessa maneira, além de proporcionar uma dieta adequada para o crescimento e desenvolvimento neurofisiológico da criança, a amamentação promove o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, além de melhorar a qualidade de vida e o relacionamento familiar.