Nossa #DicaJaleko foi escrita pelo Dr. Lucas Cottini da Fonseca Passos.
“Lucas! Zera aí a PAI”
Lembro até hoje do meu primeiro dia dentro de um CTI. Ambiente inóspito à primeira vista; você não conhece nada nem ninguém, parece que qualquer coisa que faça vai atrapalhar alguém. Eu pessoalmente torcia para ninguém falar comigo, mas já parou para pensar: Por que ter medo de uma coisa que, teoricamente, é seu ambiente de treinamento? Por que não sabemos o que fazer no primeiro dia de estágio? A resposta é bem simples: porque ninguém nos ensinou. Não seria mais fácil chegar no estágio sabendo o que é um CTI, como funcionam os circuitos, aparelhos, etc? O caos estabelecido da estréia na unidade fechada nos é imposto por total falta de passagem do conhecimento. Hoje eu vou tentar te ajudar! Eu tenho 5 minutos para fazer você sair daqui sabendo um pouco mais sobre os circuitos de PAI. Será que consigo? Vamos lá!
Tente pensar em um canudo cheio de líquido dentro. De um lado do canudo está a sua boca, e na outra extremidade, um manômetro para medir a pressão desse líquido. Você concorda comigo que, ao soprar, a pressão feita pela sua boca vai ser transmitida pela coluna de líquido até o manômetro? Então concluímos que a pressão feita pelo sopro vai ser transmitida até o manômetro e ser lida por ele, certo? Não é complicado entender: vamos fingir que de um lado do “canudo”, ele está conectado diretamente a uma artéria e do outro a um manômetro. A pressão exercida pelo conteúdo dessa artéria (sangue pulsando) vai ser transmitida pelo líquido, até chegar no manômetro. Desta forma, o manômetro vai fazer a leitura da pressão arterial, certo?
Muito bem. Agora ao invés de manômetro, vamos imaginar que o canudo está conectado a um dispositivo que transforma essa energia transmitida pela coluna de líquido (energia cinética) em um sinal elétrico, que nos mostra uma curva de pressão, ela corresponde à curva de pressão arterial. Portanto, no final das contas, o sistema de PAI nada mais é do que uma coluna de líquido que transmite a pressão exercida pelo pulso arterial, até um aparelho que representa isso na forma de uma curva de pulso no seu monitor. Existem diversos modelos diferentes, mas o conceito fundamental é esse.
O Zero
“E o tal do Zero?” Bom, vou tentar explicar de forma bem resumida. O que nos interessa é a pressão que está dentro da artéria, certo? Porém, entre a artéria e o aparelho que forma a curva de pulso no monitor, existe todo um circuito de material plástico, com líquido dentro (geralmente soro fisiológico 0,9%), submetido às variações do ambiente. Zerar nada mais é do que “tarar” o monitor, como se faz com uma balança. Você deve fechar o circuito para o paciente, ou seja, a leitura do monitor vai representar todo o circuito menos o componente da artéria do paciente. O próximo passo é tarar, ou seja, apertar o botão “zerar”. A linha de base deve ir para o nível 0. O que isso significa? Que a partir de agora, quando você abrir o circuito para a artéria do paciente, todo o resto do circuito foi excluído da conta. A onda de pulso e os valores de pressão correspondem apenas ao componente da artéria do paciente, sem influência do circuito, líquido ou do ambiente.
Bom, espero ter ajudado com essa breve explicação sobre o circuito de PAI, que você dominou em 5 minutos! Até a próxima!
APRENDI EM 5 MINUTOS O QUE NAO CONSEGUI EM ANOS
Obrigado pelo comentário, Eliane! Continue acompanhando as nossas postagens.
Perfeita explicação aprendi
Esse é o nosso objetivo! Se você não ficou com mais dúvidas, estamos satisfeitos! (=
Excelente explicação! Utilizarei o exemplo em meus treinamentos práticos.
Que bom que nosso artigo lhe será útil!