A palavra “arbovírus” é utilizada para caracterizar os vírus que são transmitidos aos hospedeiros vertebrados através da picada de vetores artrópodes. Geralmente são encontrados em mosquitos e carrapatos. Entre os arbovírus, os principais gêneros causadores de doenças no homem são: Flavivírus (vírus dengue, zika vírus e vírus amarílico) e Alphavirus (vírus chikungunya) comumente transmitidos por fêmeas do gênero Aedes (A. aegypti e A. albopictus). Agora que você já sabe o que são e quem são esses tão famosos arbovírus. Por que precisamos saber tudo sobre eles?
Veja também: “Arbovírus – Você sabe o que é e quem são? – Zika Vírus”
Introdução
A ampla distribuição dos mosquitos vetores associados ao fenômeno da urbanização e mudanças climáticas são alguns fatores que facilitam a cocirculação desses agentes pelos hemisférios. Consequentemente, causando o aparecimento das doenças por eles provocadas. As mais conhecidas são as causadas por dengue (DENV), zika (ZIKV), chikungunya (CHIKV) e vírus amarílico (YFV).
Os arbovírus DENV, ZIKV e CHIKV estão presentes em mais de 120 países das regiões tropicais e subtropicais. Emergindo principalmente em áreas urbanas pobres e porções periféricas do mundo. Estima-se que cerca de 4 bilhões de pessoas estão expostas ao risco de infecção por esses camaradas.
E é por isso que nós vamos fazer uma série de artigos para você conhecer um pouco mais de cada um deles e das suas arboviroses!
Veja também: “Arbovírus – Você sabe o que é e quem são? – Chikungunya
Vírus dengue
O DENV é um representante do grupo B dos arbovírus do gênero Flavivirus, pertencente à família Flaviviridae. Na verdade, o termo “Vírus da dengue” refere-se a um grupo de quatro vírus relacionados geneticamente e antigenicamente conhecidos como sorotipos DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Possuem genoma de RNA fita simples com senso positivo. O material genético é envolto pela proteína do capsídeo e mais externamente pela membrana bilipídica da célula hospedeira com a inclusão de 180 cópias de duas glicoproteínas virais.
A arbovirose
A Dengue é uma das mais importantes arboviroses com caráter endêmico, como ocorre no território brasileiro. Quanto à fisiopatologia, ela é bem mais conhecida em nosso sistema de saúde público. Normalmente, não fatal, autolimitada, que pode ocorrer tanto em infecções primárias quanto secundárias, afetando adultos e crianças. Os pacientes costumam desenvolver febre alta de maneira súbita.
Esta fase febril aguda dura cerca de 2-7 dias e é muitas vezes acompanhada de rubor facial, eritema cutâneo, dor generalizada pelo corpo, mialgia, artralgia e dor de cabeça (principalmente, retro-orbitária ou “atrás dos olhos”). Alguns pacientes podem, ainda, apresentar hiperemia conjuntival (“olhos vermelhos”). Anorexia, náuseas e vômitos, são comuns.
Pode ser difícil distinguir, clinicamente, a Dengue de outras doenças febris nesta fase inicial. Além disso, estas características clínicas do início da infecção são indistinguíveis entre os casos graves e não-graves de dengue. Portanto, o monitoramento dos sinais de alerta é crucial para reconhecer a progressão para a fase crítica.
Veja também: “Manual de Vigilância Sentinela de Doenças Neuroinvasivas por Arbovírus”.
Classificação atual
A partir de 2009, a OMS (Organização Mundial de Saúde) reclassificou a infecção pelo DENV de forma binária, como: Dengue e Dengue Grave, analisando os sinais de alerta, a fim de classificar o nível de gravidade e, assim, prevenir a sua evolução.
Depois de tantas informações, agora é só assistir a nossa vídeo-aula sobre Doenças Febris. Até o nosso próximo artigo com mais um arbovírus 😉
Fonte: Adaptado de OMS, 2009.
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