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Acidentes por cobras – identificando e tratando

3 anos atrás
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por Cíntia Mello
5,372 Visualizações
Escrito por Cíntia Mello
4.6
(12)

Você sabe quem são as cobras e como identifica-las?

Aspectos gerais

As serpentes fazem parte de um conjunto de répteis que apresenta o corpo alongado, revestido por escamas, sem membros e sem pálpebras. Sendo assim, esses seres precisam de fontes externas de calor para regular a temperatura corporal e, por isso, são considerados animais ectotérmicos. Uma característica muito importante deste grupo são as modificações encontradas no crânio. Seus ossos se ligam fracamente, permitindo que abram a boca o suficiente para engolir presas até três vezes maiores que o diâmetro do seu corpo.

Elas podem ser encontradas em praticamente todos os tipos de ambientes. Alguns representantes são arborícolas, ou seja, habitam árvores. Outros são terrícolas, ou seja, vivem sobre o solo. No entanto, também existem as cobras denominadas fossoriais, ou seja, vivem enterradas. As que possuem rios e lagoas como hábitat natural são chamadas de aquáticas, e um pequeno grupo que vive nos oceanos Índico e Pacífico é qualificado como espécies marinhas. Essa diversidade de ambientes naturais possibilitou a ocupação de quase todos os territórios mundiais, com exceção das regiões dos pólos e montanhas muito altas (devido à temperatura extremamente baixa) e fossas marinhas. Dessa maneira, sempre é importante ficarmos atentos à possibilidade de encontrarmos as cobras em locais de cultivo, pastagens ou até mesmo, em áreas peridomicilares.

Identificando as cobras

Algumas características como formato da cabeça, comprimento da cauda, tipo de escamas ou marcas deixadas pela mordida de determinada serpente NÃO devem ser usadas para identificar as espécies peçonhentas (com capacidade de inoculação do veneno ou peçonha).

No Brasil, apenas duas famílias causam acidentes graves: Viperidae (gêneros Bothrops: jararaca; Crotalus: cascavel; Lachesis: surucucu) e Elapidae (gêneros Micrurus e Leptomicrurus, conhecidas popularmente como “corais verdadeiras”). A dentição dessas espécies é um fator determinante para o grau de periculosidade que essas serpentes possuem. As espécies de viperídeos (jararaca, cascavel e surucucu) apresentam dentição do tipo solenóglifa – altamente especializada para a inoculação da peçonha. O dente da frente da maxila superior é oco, constituindo um tubo por onde escorre o veneno. Ao abrir a boca, o dente inoculador é projetado para frente – já as espécies de elapídeos (corais verdadeiras) apresentam dentição do tipo proteróglifa – o dente sulcado se encontra na parte da frente da maxila.

Dentição Solenóglifa
Dentição Proteróglifa

Família dos Viperídeos:

A presença da fosseta loreal permite distinguir prontamente todos os viperídeos. Trata-se de um órgão sensorial definido como uma abertura entre os olhos e narinas, que permite a percepção de variações mínimas de temperaturas, da ordem de 0,003ºC. São imprescindíveis para detectar animais (presas, predadores) que estejam próximos a essas cobras.

Fosseta Loreal
  • Jararaca (gênero Bothrops)

As variadas espécies de jararacas são encontradas em diversos ambientes: campos, matas, áreas litorâneas e periferias urbanas. Vivem no chão e, por vezes, sobre a vegetação. São grandes e podem atingir até 1,5m, distribuídas em todo território nacional. É o grupo responsável pela maioria dos acidentes no Brasil.

Sintomatologia da picada: No local, ocorrem dor e edema (inchaço), pode ter ou não equimose (manchas arroxeadas) e sangramentos em gengivas, pele e urina (hematúria).

Em alguns casos, ocorrem complicações, como: hemorragia abundante, infecção e necrose na região da inoculação do veneno, além de insuficiência renal.

Jararaca
  • Cascavel (gênero Crotalus)

As cascavéis são identificadas e caracterizadas pela presença de um guizo ou chocalho na ponta da cauda. Habitam o chão, principalmente em ambientes secos e abertos, como regiões áridas e semiáridas (cerrado e caatinga), distribuídas por todo o Brasil. Também podem atingir 1,5m de comprimento.

Sintomatologia da picada: diferente dos acidentes com jararacas, no local da picada, não há dor e lesão evidente, na maior parte dos casos. Em vez de dor, apresenta-se uma sensação de formigamento. Ademais, dificuldade em manter os olhos abertos, sonolência (fácies miastênica), alteração visual (visão turva ou dupla), mal-estar geral, náuseas, cefaleia. Nas situações mais graves, dores musculares generalizadas e colúria (urina escura).

Cascavel
  • Surucucu (gênero Lachesis)

A surucucu, ou surucucu-pico-de-jaca, é a maior cobra peçonhenta das Américas. É encontrada, sobretudo em matas densas. Seus habitats naturais são a faixa litorânea da Floresta Amazônica e os remanescentes da Mata Atlântica. Vivem no chão e podem alcançar até 3,5m. Uma característica morfológica desta serpente é que apresenta a última subfileira da cauda com escamas modificadas, sendo estas quilhadas e eriçadas, apresentando um espinho terminal.

Sintomatologia da picada: o quadro é muito semelhante ao acidente por jararaca, porém ainda podem ocorrer dor abdominal, vômitos, diarreia, bradicardia (diminuição da frequência cardíaca) e hipotensão (diminuição da pressão arterial).

Surucucu

Família dos Elapídeos:

As cobras corais apresentam coloração geralmente avermelhada, com ou sem anéis ao longo do corpo. Para quem não está treinado, a diferenciação entre corais-verdadeiras e falsas é muito difícil, havendo espécies com elevada semelhança.

  • Coral-verdadeira (gêneros Micrurus e Leptomicrurus)

As representantes verdadeiras desses gêneros estão distribuídas em todo o território brasileiro, apresentando anéis coloridos característicos ao longo do corpo, em sua maioria. Habitam o solo, sob a vegetação morta ou em buracos. São um pouco menores que as serpentes viperídeas, podendo atingir até 1m de comprimento.

Sintomatologia da picada: acidentes elapídicos, ou seja, provocados pelas corais-verdadeiras, não causam alterações importantes no local da mordida. No entanto, as manifestações decorrentes do envenenamento são caracterizadas por dor de intensidade bastante variável, alterações visuais (borramento ou visão dupla), pálpebras caídas (ptose) e sonolência. Em casos mais extremos, os óbitos relacionam-se com a paralisia dos músculos respiratórios.

O que fazer e o que NÃO fazer em caso de acidentes? Primeiros socorros

– Procurar o serviço médico mais próximo para utilização de soro antiofídico específico;

– Lavar o local da picada apenas com água ou água e sabão;

– Manter a vítima deitada e hidratada;

– Se possível, levar a serpente para identificação para escolha correta da soroterapia;

– NÃO fazer torniquetes ou garrotes na região inoculada;

– NÃO cortar ou perfurar no local ou a redor da picada;

– NÃO aplicar contaminantes como café, folhas ou outros, sobre o local;

– NÃO oferecer bebidas alcoólicas ou outras substâncias tóxicas à vítima.

Como evitar o ofidismo?

– Manter jardins e quintais limpos e organizados;

– Não colocar as mãos em buracos, sob troncos podres ou pedras;

– Evitar folhagens densas próximas aos muros e manter a grama aparada;

– Vedar frestas, buracos, soleiras de portas e janelas e não acumular lixos. Onde há ratos, há cobras;

– Usar calçados fechados, de preferência de cano alto, ao andar ou trabalhar em regiões com matos;

– Usar luvas mais resistentes, como as de aparas de couro para manipulação de objetos e atividades de jardinagem;

– Tomar cuidado ao revirar cupinzeiros.

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