Manifestações da Insuficiência Cardíaca
Os sinais e sintomas são de grande importância para a suspeita clínica de Insuficiência Cardíaca, mas isoladamente apresentam limitações de sensibilidade e/ou especificidade para o diagnóstico.
Os sinais mais específicos e de maior valor prognóstico, a pressão venosa elevada e presença de B3, são pouco sensíveis e de reprodutibilidade inter-observador limitada, principalmente entre não especialistas.
IVE = Insuficiência de Ventrículo Esquerdo / IVD = Insuficiência de Ventrículo Direito.
Diagnóstico:
A organização dos sinais e sintomas de forma integrada e hierarquizada, através de critérios maiores e menores de Framingham, determinam o diagnóstico de IC.
Diagnóstico de IC = presença de 2 critérios maiores ou 1 maior e 2 menores.
A avaliação clínica deve incluir ainda a busca dos fatores de risco e possíveis causas e fatores precipitantes de descompensação da IC.
Exames complementares:
1. Exames laboratoriais:
– Hemograma: avaliar anemia e infecção.
– Bioquímica: avaliar função renal, distúrbios eletrolíticos, TSH e função hepática.
– Troponina: descartar IAM.
– GSA: avaliar distúrbios ácido básicos e lactato.
– BNP e NT Pró-BNP: O BNP é um polipeptídeo liberado pelos miócitos ventriculares em resposta à sobrecarga de volume, sobrecarga de pressão e aumento da tensão parietal. Tanto a sua forma fisiologicamente ativa, o BNP, quanto o seu bioproduto inativo, o N-terminal pró-BNP podem ser confiavelmente dosados.Muito utilizado nas emergências pela capacidade em afastar o diagnóstico de IC, pelo seu elevado valor preditivo negativo.
2. ECG:
Descartar arritmias e síndromes coronarianas agudas como causa de descompensação da IC.
3. Rx de Tórax:
Cardiomegalia (índice cardio-torácico > 0,5) associada a sinais de congestão pulmonar (redistribuição vascular para os ápices, edema intersticial e/ou alveolar e derrame pleural) são úteis marcadores de disfunção ventricular e/ou elevação das pressões de enchimentos.
4. ECO:
Deve ser sempre solicitado, seja para o diagnóstico (disfunção valvar como causa da descompensação, déficit segmentares nos casos de IAM) ou para avaliação prognóstica. Ressalta-se sua capacidade de medir os diâmetros cavitários e estimar a fração de ejeção, além de detectar anormalidades da movimentação das paredes cardíacas.
Saiba mais sobre o caso de insuficiência cardíaca aguda descompensada, o perfil clínico dessa doença e os tratamentos.