Verão, férias, praia, piscina… Aí vem aquela dúvida: qual protetor solar comprar? Um protetor com FPS maior é melhor? Tem que reaplicar?
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Entenda o fator de proteção solar (FPS):
O fator de proteção solar (FPS) é um método para avaliar a eficácia do protetor solar em proteger da radiação UV. É amplamente utilizado no mundo para regulamentar as substâncias fotoprotetoras. Ele usa a Dose Eritematosa Mínima (DEM), que é a menor quantidade de radiação necessária para produzir eritema após 24h da exposição, sendo o eritema causado quase exclusivamente pela radiação UVB (290 a 320nm). Então é feito uma razão entre a DEM na pele protegida pelo protetor solar na quantidade de 2mg/cm², e a DEM na pele não protegida.
Um exemplo: uma pessoa que fica eritematosa após 20 minutos de exposição solar sem proteção, ao usar um protetor solar com FPS 10 terá eritema após 200min.
Só que a luz solar não é formada apenas pela radiação UVB. Ela é composta por 39% de luz visível, 54% de Infravermelho, 7% Ultravioleta (incluindo UVA e UVB), uma fração desprezível de raios X e ondas de rádio. Enquanto a UVB causa dano direto no DNA pela absorção de fótons; a radiação UVA leva à produção de radicais livres e à imunossupressão local por reduzir células de Langerhans. Ambas levam à fotocarcinogênese.
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Mas eu passei muito protetor e me queimei! Por quê?
O protetor solar deve ser aplicado 15 a 20 minutos antes da exposição solar; a reaplicação deve ser feita a cada 2horas, tempo que se mantém estável o protetor. Isso claro se não entrar na água, pois o FPS não tem nenhuma relação com a substantividade do protetor solar, que significa a resistência à água. Naqueles que no rótulo está escrito “muito resistente à água” significa que é resistente a até 4 imersões na água com duração de 20min.
O método FPS pode ser realizado nos fototipos I a III de Fitzpatrick, muito longe da nossa diversidade de tons de pele. A quantidade que é aplicada na área segundo o método, isto é, 2mg/cm², fica muito longe da quantidade usada de filtro solar na vida real (em torno de 0,5 a 1mg/cm²). Isto vai diminuir muito o FPS. Pensando nisso, o Consenso Brasileiro de Fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia, sugere utilizar o método da colher de chá, para se aproximar da quantidade usada no método do FPS. Em 2011, a AAD (American Academy of Dermatology) passou a recomendar um FPS de 30 (antes era FPS15), para tentar compensar o FPS na quantidade que é passada rotineiramente, apesar dessa relação dose e efeito não ser linear.
E aquela história de que não adianta usar FPS maior que 30?
Depende de como se avalia a proteção do filtro solar. Se considerar a absorvância da radiação UV (isto é, o quanto o filtro absorve da radiação), realmente aumenta muito pouco de um FPS 30 para 60, de 96,67% para 98,33%. Agora, se considerar a quantidade de energia que passa pelo protetor, ou transmitância, a coisa muda de figura. Um filtro com FPS 60 transmite metade do que um com FPS 30, 1,67% versus 3,33%. Vendo dessa maneira, um filtro com FPS 60 protege o dobro de um com FPS 30.
Como ocorre o bronzeamento da pele:
A responsável por aquele bronzeamento que a gente vê de imediato é a radiação UVA (320 a 400nm). Não há um método consensual para medir a proteção contra UVA. Muitos países usam o PPD – pygment persistent darkening – índice de pigmentação persistente, em testes in vivo e in vitro.
No Japão é feito uma razão da PPD na pele protegida e não protegida após 2 a 24 horas da exposição à radiação UVA, o FPUVA. No Brasil, o FPUVA deve ser pelo menos de 1/3 do FPS. A FDA em 2011 passou a usar o Comprimento de Onda Crítico (CW), por ser feito em laboratório, muito mais barato e rápido. Além disso, não expõe as pessoas à radiação.
É aferido o comprimento de onda do qual reside 90% da área total de absorvância UV, sendo que só pode ser rotulado como amplo espectro o produto com CW>370nm. Isso sempre deve ser aplicado junto com o FPS. O Brasil e Europa já sugerem a utilização do CW.
Agora você não vai ficar mais perdido na farmácia, naquele mundo de protetores solares. Com esse artigo, você vai poder orientar melhor seus pacientes para garantir o melhor uso dos filtros solares. Beijos galera!
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