Sabemos que o corpo humano possui milhões e milhões de células, mas nenhuma é tão característica como o espermatozoide, já que é a única célula humana projetada para ser capaz de se deslocar para fora do corpo a fim de cumprir o seu propósito.
No entanto, a ciência com relação a essas células ainda está atrasada em relação a vários outros estudos do corpo humano.
Nesse artigo, vamos contar um pouquinho da curiosa história da descoberta dos espermatozoides.
COMO OCORREU ESSA DESCOBERTA?
O cientista Anton van Leeuwenhoek (alguns dizem que era “apenas” um comerciante têxtil, sem experiência acadêmica ou científica), em 1677, desenvolveu o microscópio composto (na verdade, eram lupas que possibilitavam a análise em nível microscópico) e foi o primeiro a observar o esperma através do equipamento.
Examinou o produto de sua própria ejaculação e ficou extrememente surpreso e chocado com os minúsculos “animais” que encontrou se retorcendo no conteúdo que ele estava examinando.
Ainda por volta de 1677, van Leeuwnhoek e seu aluno Johan Ham usaram um microscópio ampliado 300 vezes para examinar os espermatozoides, que ele descreveu como pequenos animais – e, na época, baseado em sua crença, acreditava na versão de que cada cabeça de cada espermatozoide continha um minúsculo humano totalmente formado.
Hesitante, em 1678, o cientista relatou à Royal Society (instituição europeia mais prestigiosa daquele momento) sobre a descoberta de espermatozoides humanos, que se assemelhavam a inúmeros animais semelhantes a vermes.
Ele escreveu da seguinte forma:
“O que eu investigo é apenas o que, sem me contaminar pecaminosamente, permanece como uma residência após o coito conjugal. E se Vossa Senhoria considerar que essas observações podem repugnar ou escandalizar os eruditos, imploro sinceramente à Vossa Senhoria que as considere privadas e publicá-las ou destruí-las conforme sua Administração considerar adequado.”.
Seu senhorio (também conhecido como o presidente da Royal Society) optou por publicar as descobertas de van Leeuwnhoek na revista Philosophical Transactions em 1678, gerando um novo campo sobre a biologia espermática.
A Royal Society solicitou que van Leeuwenhoek avançasse suas observações com quadrúpedes, o que deu lugar à descrição de espermatozoides de outros mamíferos, além de moluscos, anfíbios e peixes.
Além disso, Leeuwenhoek seria o primeiro a verificar a presença de espermatozoides nas trompas de Falópio e também no útero das fêmeas. Ficou tão famoso e teve uma descoberta tão impactante que chegou a receber visita de reis e outras autoridades da época.
PRIMEIRAS “EXPERIÊNCIAS” DE VAN LEEUWENHOEK:
Na verdade, ele usou pela primeira vez sua ferramenta com possibilidade de visualizar elementos em tamanho microscópico para examinar ferrões de abelha, piolhos humanos e água de lago, em meados da década de 1670.
OS “HOMÚNCULOS”:
Baseado na crença de que já existiam humanos pré formados na cabeça de cada espermatozoide, algumas pesquisas afirmaram a presença real do que chamaram de “homúnculos”. Algumas sugeriram que estes poderiam ter seus próprios espermatozoides menores, em uma regressão infinita de homúnculos dentro.
É muito difícil imaginar o quão misteriosas essas “vírgulas” contorcidas, microscópicas pareceram para os cientistas na época.
OUTROS RELATOS:
Em 1674, o microscopista holandês Nicolaas Harsoeker afirmou ter visto espermatozoides, mas não tinha certeza de suas observações e, a princípio, acreditou que as células que se contorciam eram, na verdade, parasitas.
CRENÇAS ANTERIORES:
Antes da descoberta desses “animálculos” (como foram descritos anteriormente), as teorias de como os humanos fabricavam mais humanos variavam amplamente.
Por exemplo, alguns acreditavam que o vapor emitido pela ejaculação masculina estimulava, de uma forma desconhecida, as mulheres a produzirem bebês.
Outros acreditavam que os homens criavam os bebês no seu corpo e os transferiam para as mulheres para a incubação.
Somente após mais de 200 anos que os cientistas descobririam como os bebês eram gerados de forma exata.