A Insuficiência Mitral (IM) é caracterizada pela falha de coaptação dos folhetos mitrais durante o período de ejeção do ventrículo esquerdo (VE), com consequente regurgitação sanguínea para o átrio esquerdo (AE).
No nosso meio a causa mais comum de IM continua sendo a febre reumática. O prolapso valvar mitral, a degeneração mixomatosa e a dilatação do anel mitral por cardiomiopatias dilatadas ou alterações isquêmicas também são causas frequentes de IM.
Achados Clínicos:
O paciente pode estar assintomático ou apresentar dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, astenia, fadiga e hipertensão pulmonar (nos casos mais graves). Na IM Aguda pode ocorrer edema agudo de pulmão e/ou choque cardiogênico.
Ictus Cordis: impulsivo, deslocado para a linha hemiclavicular E, e para baixo do 5º espaço intercostal.
Pode-se perceber frêmito holossistólico no ápice do coração.
B1 normo ou hipofonética. B3 pode estar presente, desencadeada pelo aumento da velocidade do fluxo sanguíneo pelo orifício mitral durante a fase de enchimento rápido
Sopros regurgitativos:
1. Holossistólico (ocorre durante toda a sístole): ruído de alta freqüência, melhor audível no foco mitral. Se o acometimento ocorrer no folheto anterior, a irradiação será para a região axilar esquerda (Circular de Miguel Couto); caso ocorra no folheto posterior, a irradiação será para a base do coração.
2. Protossistólico (ocorre no início da sístole): casos de IM Aguda
3. Telessistólico (ocorre no fim da sístole): quadros de prolapso da valva mitral e disfunção do músculo papilar.
Manobras que diminuem o sopro da IM: Valsalva, ficar em pé subitamente.
Manobras que aumentam o sopro da IM: Posição de cócoras, exercício isométrico.
Exames complementares:
Eletrocardiograma: Achados mais frequentes são aumento do AE e FA.
Radiografia do tórax: Aumento das câmaras esquerdas.
Ecocardiograma: Permite a avaliação da morfologia da valva mitral, possibilitando o diagnóstico da IM, assim como a determinação da sua gravidade, etiologia e consequências hemodinâmicas.
Cateterismo: quando os testes não invasivos são inconclusivos em relação à gravidade da IM ou função do VE.
Tratamento Cirúrgico:
Classe I:
Pacientes com IM crônica importante, sintomáticos (CF II, III ou IV), com FE > 30% e DsVE < 55mm.
Pacientes com IM crônica importante, assintomáticos, com FE entre 30% e 60% e DsVE ≥ 40mm.
A IM pode causar uma condição chamada sopro de Austin Flint. Saiba mais no artigo Você sabe o que é sopro de Austin Flint?
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