Contracepção hormonal e câncer de mama
Em 2017, a revista médica New England Journal of Medicine publicou um trabalho que mostrou associação entre a utilização de contracepção hormonal e o risco aumentado de câncer de mama para as usuárias do medicamento . O estudo foi realizado na Dinamarca e incluiu mais de 1,8 milhão de mulheres de 15 a 49 anos. Ao longo do estudo foram identificados 11517 casos de câncer de mama.
Em termos de números absolutos, esses dados representam um risco de 13 casos a mais em 100000 pessoas-ano para o grupo usuário de contraceptivos ou 1 caso a mais a cada 7690 mulheres usuárias de contraceptivos hormonais.
Se liga!
De acordo com os resultados, nenhum método de contracepção hormonal seria isento de riscos. O risco relativo quando comparadas usuárias de contracepção hormonal com as que nunca haviam utilizado, foi 20% superior para o grupo de usuárias. Quando a análise é feita de acordo com o tempo de uso, a utilização por 1 ano representa um risco relativo com aumento de 9% e a utilização por mais de 10 anos um risco relativo 38% superior.
Até mesmo o uso de contracepção com dispositivo intrauterino com levonorgestrel (DIU medicamentoso) levou a um risco relativo 21% superior. Em termos numéricos isso representa: Para uma mulher que tem um risco estimado de câncer de mama de 3% aos 50 anos, se a utilização da anticoncepção hormonal ocorrer por 1 ano, seu risco aproximado será de 3,3%; se a utilização for por período superior a 10 anos, o risco será de 4,1 %.
Os métodos hormonais combinados em forma de adesivo e anel vaginal e os métodos de progesterona isolada na forma de implante e progesterona de depósito não apresentaram significância estatística na análise de risco. O estudo também mostrou que pacientes que utilizaram anticoncepcionais hormonais por mais de 5 anos, mesmo após a interrupção do método, não voltavam ao risco basal igual as pacientes que nunca haviam usado o método.
Sabe-se, entretanto, que os contraceptivos reduzem a incidência de câncer de ovário, endométrio e colorretal, além de apresentarem uma série de benefícios como controle da menstruação, controle de sintomas dismenorreicos, prevenção de gravidez indesejada, dentre outros. O estudo original não avaliou a mortalidade geral por câncer e o possível benefício global da utilização dos contraceptivos para as mulheres.
Conclusão
Não existe recomendação alguma por parte do estudo ou das sociedades de Mastologia ou Ginecologia para a interrupção do uso dos contraceptivos que as mulheres estejam usando, visando redução de risco de câncer de mama. A utilização de anticoncepcionais deve ser individualizada e avaliada pelo médico e pela paciente de acordo com os benefícios e riscos para cada mulher, levando em conta a idade e o tempo de uso.
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É aquelas que usam o anticoncepcional para tratamento de polissistos como ficam infelizmente não é apenas para controle de natalidade.
É verdade, mas calma, apesar do aumento do risco do câncer de mama (um caso extra a cada 7960 mulheres), eles reduzem a incidência de câncer de ovário, endométrio e colorretal. Não é preciso desespero, não é que todo mundo deva abandonar o medicamento. Converse com seu médico e mantenha sempre as recomendações de triagem do câncer de mama.