Hoje em dia, muito se fala sobre “dress code”. Mas afinal, o que é isso? Nada mais é do que o conjunto de regras que se estabeleceu para fazer referência a algumas roupas.
Esses códigos são confeccionados de acordo com as percepções da população e também de acordo com as normas sociais a serem seguidas pelos indivíduos.
Além disso, podem variar de acordo com diversas características. O “dress code” do médico(a) é um pouco diferente, porque não é apenas um código social, há também implicações em saúde.
Boa parte das regras da vestimenta dos médicos (e demais profissionais de saúde) dentro do hospitais são definidas em uma Norma Regulamentadora para segurança de trabalho, conhecida como NR32.
Alguns conceitos básicos sobre o vestuário do médico diz respeito à segurança microbiológica. Por isso, médicos e médicas devem utilizar calças que cobram toda a perna.
Além disso, o sapato deve estar sempre fechado, não podendo, inclusive, utilizarem acessórios, como brincos, colares, relógios e acessórios. O uso de um jaleco por cima de sua roupa é exigido em muitos hospitais, porém não é uma regra rígida.
Um aspecto importante que vale a pena ser ressaltado é que o jaleco não pode ser uma peça de roupa utilizada com a finalidade de disfarçar a roupa que se está usando por baixo.
Sendo assim, você não deve colocar qualquer roupa para sair de casa e jogar um jaleco por cima para disfarçar a vestimenta inadequada.
Aliás, o jaleco deve ser utilizado apenas no interior do hospital e, ao circular em áreas abertas, ou áreas de alimentação, por exemplo, você deve estar sem o jaleco.
Lembrando que o uso de jaleco em cafeterias, ruas e transportes públicos não é permitido, pelo risco de transporte de microrganismos do hospital para a comunidade.
Não tem muito segredo para o médico se vestir para o hospital, mas preparamos aqui algumas dicas que irão facilitar na hora de escolher o “look” para o plantão ou para uma ida ao hospital em alguma aula prática.
Acessórios
Anteriormente, no texto, você leu que acessórios estavam contra indicados no ambiente hospitalar, porém cabe lembrar que existem alguns deles que você pode sim utilizar e eles irão completar o seu look, dando um ar de sofisticação e elegância.
Por exemplo, temos os lenços. Eles são acessórios que você pode brincar com as cores e são feitos de pano, em sua maioria, o que não permite que microrganismos persistam em sua superfície por um grande período de tempo, podendo também serem lavados com facilidade, fato este que permite a eliminação de alguns desses germes.
Cuidado, apenas, porque os lenços não podem ficar pendentes, balançando, isso porque ele vai acabar encostando em pacientes e superfícies, carregando, por consequência, bactérias.
Tomem bastante cuidado com as calças jeans, calças mais justas do modelo legging podem ser bastante desconfortáveis. Por isso, prefira as calças mais larguinhas, com tecido plano, pois, além de possuir uma elegância maior, são muito mais confortáveis para um plantão ou para permanecer o dia inteiro no hospital.
Em alguns hospitais, as calças jeans são também vistas como muito informais, e a calça social pode ser obrigatória.
Falando em roupa social, a gravada, apesar de dar um ar de sofisticação, não deve ser usada, isso porque ela acaba encostando em pacientes e nas superfícies do hospital, podendo carregar bactérias resistentes.
Jaleco:
Você já parou para se perguntar porque os médicos e outros profissionais de saúde usam o jaleco, e porque ele é branco? Existe algum consenso ou característica inerente à cor que faça com que a sua utilização seja superior a das demais cores?
Nos primórdios da civilização humana, mais especificamente na idade média, foi criado o jaleco, com o objetivo de proteger os indivíduos contra a peste bubônica que assolava a região.
Ele, por sua vez, não era branco, e sim de cor escura, pois, naquela époc,a quanto mais escuro e manchado fosse o jaleco do profissional de saúde, mais “moral” e respeito ele tinha perante a sociedade, indicando que aquele médico já havia tratado de inúmeros pacientes.
Foi aí que, no século XIX, convencionou-se o uso do jaleco branco. E também passou a ser orientado com mais firmeza a melhor assepsia dos jalecos, tendo em vista a grande quantidade de doenças que por ele podem ser transmitidas.
Todavia, seu uso irregular fora do ambiente hospitalar é bastante recriminado, pelo motivo explicitado acima.
Apesar disso, muitos médicos continuam utilizando-o em lanchonetes e restaurantes. Obviamente, isso apenas desmerece o médico que o faz.
Centro cirúrgico:
Você também já deve ter reparado que os médicos que trabalham ou frequentam o centro cirúrgico de um hospital utilizam uma vestimenta diferente. Agora, entram em cena os pijamas cirúrgicos.
Eles são usados com o objetivo de atenuar a capacidade de transmissão de germes que podem causar doenças. Logo, eles servem para serem utilizados APENAS dentro desse ambiente do centro cirúrgico.
O lance das cores dos pijamas cirúrgicos também tem uma explicação cientifica para isso. Se vocês olharem uma palheta de cores, as cores verde e azul (que são as mais comuns encontradas nos pijamas cirúrgicos), são as cores que estão do lado oposto a cor vermelha, que é a cor do nosso sangue e também aquela que os cirurgiões ficam olhando por horas durante uma cirurgia.
Nesse ato de ficar durante horas olhando fixamente um mesmo objeto ou uma mesma cor, quando você para de fixar o olhar, ocorre um fenômeno denominado fantasma de cores complementares. Trata-se de uma ilusão de ótica.
Se as roupas do centro cirúrgico e das paredes da sala fossem brancas, quando o cirurgião desviasse o olhar da cavidade aberta e sanguinolenta de seu paciente, ele iria enxergar vários desses fantasmas azuis-esverdeados, se tornando uma situação difícil de lidar, pois iria prejudicar significativamente a sua visão.
Por isso que o uso de cores frias dentro desse ambiente fornece uma atualização cerebral, fazendo com que eles fiquem mais sensível à cor vermelha, impedindo que a ilusão de ótica do fantasma de cores complementares ocorra.
Conclusão:
Lembre-se sempre de utilizar roupas que não mostrem demais, confortáveis e os equipamentos de segurança (jaleco e pijamas cirúrgicos), mas sempre nos seus devidos locais.
Com isso, você está protegendo os seus pacientes e também a você mesmo, impedindo a proliferação de germes.
Evite também acessórios desnecessários e mantenha sempre o cabelo preso. Pense que, embora sejam medidas para a coletividade, você consegue proteger você mesmo acima de tudo.