Leia também sobre anatomia gastrointestinal aqui e como estudar para a prova prática.
Eai pessoal, já pegaram seu livro favorito de anatomia?!! Animados para mais um artigo?
Anteriormente, conversamos sobre a vascularização do estômago.
Hoje, vamos falar sobre a vascularização arterial do membro superior.
Utilizamos o membro superior, incluindo braço, antebraço, punho e mão, o tempo todo, para pegar objetos, para realizar nossas atividades cotidianas (desde comer até tomar banho), escrever, digitar, pegar o celular… Enfim, é difícil imaginar-nos sem utilizar o membro superior, não é mesmo?
Mas, para que ele “funcione”, precisa ser nutrido, e quem promove essa nutrição é a vascularização arterial. Caso a vascularização seja interrompida, pode acarretar, por exemplo, em isquemia e necrose.
O membro superior possui uma vascularização que parte do arco aórtico, tendo algumas diferenças entre o lado direito e o lado esquerdo.
Em ambos os lados, toda a vascularização arterial parte da artéria subclávia. Porém, do lado direito ela se origina do tronco braquiocefálico, enquanto do lado esquerdo ela se origina diretamente do arco aórtico.
Após surgir a artéria subclávia, ela segue um trajeto e, ao avançar pelo caminho, recebe diferentes denominações, como veremos a seguir.
Artéria Subclávia
A artéria subclávia é dividida em algumas porções, de acordo com o seu trajeto.
A primeira porção é diferente entre o lado esquerdo e o lado direito. No lado direito, após originar-se do tronco braquiocefálico, segue superiormente a articulação entre o esterno e a clavícula, até chegar a margem medial do músculo escaleno anterior.
Já no lado esquerdo, ao partir do arco aórtico, a artéria subclávia segue posteriormente a artéria carótida comum esquerda, passa pelo mediastino, chega a raiz do pescoço, e, então, dirige-se à borda medial do músculo escaleno anterior.
Chega-se, então, a um ponto comum, entre o lado esquerdo e o lado direito, e a partir daí o trajeto é semelhante em ambos os lados.
A segunda porção segue posterior ao músculo escaleno.
A terceira porção segue inferior ao músculo escaleno, até chegar a borda exterior da primeira costela, quando a denominação muda para artéria axilar.
Durante todo esse trajeto, a artéria subclávia emite diversos ramos, torácicos, costais e etc, mas, como hoje vamos conversar sobre a vascularização do membro superior, não falaremos sobre esses ramos.
Artéria Axilar
A artéria axilar, que é uma continuação da artéria subclávia, se estende da borda externa da primeira costela à borda inferior do tendão do músculo redondo maior.
A artéria axilar também pode ser dividida em três porções, sendo a de maior interesse, hoje, por ter relação com o membro superior, a terceira porção.
A terceira porção emite três ramos: a artéria subescapular, artéria circunflexa anterior do úmero e artéria circunflexa posterior do úmero.
As artérias circunflexas circundam o colo do úmero, anastomosando-se entre si, ou seja, unem-se. A artéria circunflexa anterior irriga os músculos coracobraquial e bíceps braquial.
A artéria circunflexa posterior irriga a articulação do ombro e os músculos deltoide, redondo maior e redondo menor, e a cabeça longa do tríceps braquial.
Artéria Braquial
Após a margem inferior do tendão do músculo redondo maior, a artéria axilar recebe o nome de artéria braquial.
Essa se estende até o fim da articulação do cotovelo. É a artéria mais importante quando se fala em irrigação do braço.
Ela inicia seu trajeto medial ao úmero e depois torna-se anterior, chegando a localizar-se entre os epicôndilos do úmero, na fossa cubital.
A artéria braquial, durante seu trajeto, emite diversos ramos. O maior ramo emitido é a artéria braquial profunda, que segue ao redor do corpo do úmero, e, ao final, se divide em artérias colaterais média e radial.
Outros dois importantes ramos emitidos pela artéria braquial são as artérias colaterais ulnares inferior e superior, que são importantes para as anastomoses periarticulares do cotovelo.
A artéria braquial dá origem também a artéria nutrícia do úmero. Alguns ramos emitidos são os ramos musculares, que irrigam os músculos do braço.
É importante lembrar que a artéria braquial é uma artéria superficial, que pode ser palpada em todo seu trajeto, sendo comumente palpada ao lado do tendão do músculo bíceps braquial. E, inclusive, é muito utilizada na aferição da pressão arterial.
Você, provavelmente, já viu alguém aferindo a pressão arterial, o esfigmomanômetro é colocado na direção da artéria braquial e, ao inflá-lo, o estetoscópio é colocado sobre a artéria braquial para auscultar os sons referentes à diástole e à sístole, e, assim, definir a pressão arterial.
Após a articulação do cotovelo, a artéria braquial se ramifica em outras duas artérias, a artéria radial e a artéria ulnar, que seguem pelo antebraço.
Artéria Radial
A artéria radial segue pelo lado radial do antebraço, ou seja, parte lateral em posição anatômica, sendo este o mesmo lado do polegar.
Ela segue lateralmente até o punho, sendo uma artéria palpável medialmente ao processo estiloide do rádio.
Após ultrapassar o punho, ela se curva para trás, passando lateralmente ao carpo, sob os tendões dos músculos abdutor longo dos dedos, e extensor longo e extensor curto dos dedos, e chega, então, a uma região entre o primeiro e o segundo osso metacarpal.
Seguindo mais a frente, ela alcança o primeiro músculo dorsal interósseo, na palma da mão, e, ao cruzar os ossos do metacarpo, encontra-se com o ramo palmar profundo da artéria ulnar, e unindo-se formam o arco palmar profundo.
A artéria radial emite ramos ao longo de seu trajeto, sendo estes: artéria recorrente radial (supre os músculos braquirradial e braquial), participa das anastomoses periarticulares do cotovelo, e, por fim, une-se a artéria colateral radial (citada anteriormente como ramo da artéria braquial); ramos carpais palmar e dorsal, que contribuem à formação dos arcos carpais; e os ramos musculares, que irrigam os músculos anterolaterais dos compartimentos flexores e extensores.
Artéria Ulnar
A artéria ulnar, o outro ramo da artéria braquial, possui um trajeto que segue o lado ulnar do antebraço, ou seja, o lado medial em posição anatômica. Ela também pode ser palpada lateralmente ao tendão do músculo flexor ulnar do carpo, próximo a cabeça da ulna.
Durante seu trajeto, ela emite ramos que participam das anastomoses periarticulares do cotovelo e irrigam os músculos da região medial e central do antebraço, além de nervos, como o nervo ulnar e o nervo mediano.
Alguns desses ramos são: artérias recorrentes ulnares anterior (supre os músculos braquial e pronador redondo) e posterior, que fazem parte das anastomoses periarticulares do cotovelo; artéria interóssea comum, que dá origem as artérias interósseas anterior (irriga a porção distal do terço médio do compartimento posterior, onde a artéria interóssea posterior não alcança) e posterior (importantíssima para irrigação do terço médio do compartimento posterior, como os músculos extensores superficiais e profundos).
E, assim como a artéria radial, a artéria ulnar emite ramos musculares, que irrigam principalmente o grupo flexor-pronador.
Ao passar pelo punho, ela cruza o ligamento transverso do carpo no lado radial do osso pisiforme e, então, divide-se em dois ramos, que participam da formação dos arcos palmar superficial e profundo.
O arco palmar superficial passa pela palma da mão e é formado principalmente pela artéria ulnar, e por uma pequena porção do ramo palmar superficial da artéria radial. Ao contrário do arco palmar superficial, o arco palmar profundo é formado principalmente pela artéria radial e, em menor parte, pelo ramo palmar profundo da artéria ulnar.
E assim se dá a vascularização do membro superior. É relativamente fácil visto que, a partir de uma artéria, surgem todas as outras, que por vezes são continuidade e por vezes são ramos que são emitidos ao longo do caminho.
O mais importante nessa anatomia é saber das artérias principais, conhecer os limites para que assim você consiga identificar qual artéria é responsável por determinada área.
E sendo que as artérias principais alteram os nomes, mas, na verdade, são continuidade, e, por isso, saber do limite é de suma importância para que você não se confunda.
Bons estudos, pessoal! Se divirtam na anatomia, use e abuse de imagens, mapas mentais, desenhos para potencializar seu aprendizado.
Até a próxima!
Boa tarde Joyce!
Adorei o artigo, muito bem explicado, abraços.