Introdução
Essa questão surgiu na década de 90, quando os pesquisadores Renaud e DeLongeril publicaram que a mortalidade por doença pelo infarto do miocárdio na França era paradoxalmente menor que em outros países industrializados com o mesmo padrão de consumo de alimentos gordurosos. Como por exemplo os Estados Unidos e o Reino Unido. Beber ou não beber ?
Nascia então o célebre “Paradoxo francês”, abrindo os horizontes para uma gama de estudos, na tentativa de provar que o hábito Francês de consumir vinho moderadamente reduzia a mortalidade por doença cardiovascular. Cabe ressaltar que a doença cardiovascular é a maior causa de morte em países do primeiro mundo.
Infelizmente, os resultados nunca pareceram conclusivos, o que leva os médicos a não formar uma opinião sólida sobre o assunto. Devo admitir que o tipo de bebida não parece influenciar nos benefícios que o estudo sugere. Ficaria muito grato em poder afirmar que o vinho é superior, agregando mais uma qualidade à sua coleção, porém, os estudos sugerem que os benefícios ocorrem tanto com o consumo de cerveja e licor, quanto com o de vinho tinto ou branco.
Conclusão
Por fim, apresento minha interpretação de todos esses dados analisados: existe realmente uma possibilidade de que o consumo moderado de alcool tenha algum benefício. Devemos, no entanto, tomar muito cuidado ao falar sobre o assunto, pois em nenhum dos trabalhos foi citada a quantidade de pessoas que se tornaram dependentes do álcool e, ultrapassando o limite do suposto benefício.
Outro problema foi o uso de diferentes definições para a palavra “drink”. Por conta de todas essas controvérsias, e da falta de dados completos, fica aqui minha dica: não torne o vinho um hábito diário, pois esse costume pode se tornar um vício, e os malefícios (câncer de fígado, doença do cerebelo, acidentes de trânsito) irão certamente superar os benefícios da degustação de, por exemplo, um belo Pinot Noir Borgonhês. Guarde seu Nuits-St-Georges para o final de semana e tenha mais anos de vida para degustar muitos outros.