Os arbovírus são aqueles vírus transmitidos aos hospedeiros vertebrados através da picada de vetores artrópodes, especialmente mosquitos e carrapatos, sendo mantidos em ciclos silvestre e urbano. São comumente transmitidos por fêmeas do gênero Aedes (A. aegypti e A. albopictus), após repasto em um hospedeiro humano virémico. Vistos os vírus Dengue, Chikungunya e Zika, vamos agora conhecer um pouco mais do vírus da febre amarela.
Introdução
Como as outras arboviroses, a infecção pelo vírus Amarílico ou da febre amarela ou YFV (Yellow Fever Virus) representa grande problema de saúde pública. Possui rápida disseminação no ambiente, tendo uma forma urbana e uma silvestre. Endêmica em algumas regiões tropicais da América Latina e África é uma doença potencialmente letal.
Vírus Amarílico
O YFV é mais um representante do gênero Flavivírus, assim como o vírus Dengue e o Zika vírus. Seu genoma é constituído por RNA de fita simples, não segmentado. Possui apenas um sorotipo, embora tenham cinco genótipos descritos na África e dois na América do Sul.
Ciclos de transmissão
No ciclo urbano a transmissão ocorre pelo Aedes aegyptidiretamente ao picar o homem. Por sua vez, o hospedeiro humano virêmico atua como amplificador e disseminador do vírus na população.
No ciclo silvestre a transmissão ocorre entre primatas não humanos (macacos) e mosquitos silvestres (disseminadores e reservatórios do vírus). Os macacos, assim como os homens, ao se infectarem morrem ou se curam e ficam imunes. Sendo estes, importantes “sentinelas biológicos” que alertam sobre a circulação viral no ambiente. Na América do Sul, os principais mosquitos envolvidos são dos gêneros Haemagogus e Sabethes. A febre amarela silvestre ocorre acidentalmente pela inclusão do homem no ciclo natural.
A arbovirose
A febre amarela pode apresentar um perfil assintomático ou oligosintomático (poucos sintomas) até um mais grave.
Possui um período deviremia (vírus circulando no sangue humano) de horas a 3-4 dias (em média), que coincide com o início da febre moderada e sintomas leves: cefaleia, mal-estar e tontura. Essa fase tem duração rápida e auto-limitada. Porém, a febre amarela pode evoluir para um quadro moderado a grave com febre alta, cefaleia intensa, congestão conjuntival, dores musculares, náuseas, vômitos, prostração, calafrios, por vezes comprometimento hepático e do encéfalo.
A icterícia (pigmentação amarelada da pele, nas membranas mucosas e/ou nos olhos) é característica da doença e acontece em 10 a 20% dos casos.
No Brasil:
Após a notificação de casos suspeitos e confirmados da forma silvestre em 2016/2017, a vacinação atenuada foi ampliada pelo Ministério da Saúde na tentativa de controlar e evitar a disseminação do vírus para que não houvesse o retorno e reestabelecimento da sua forma urbana (já erradicada), tornando-se reemergente.
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