O mindfulness já é reconhecido por diversas escolas de Medicina como uma prática benéfica para seus alunos, residentes e professores.
A atenção plena é cultivada para promover o autocuidado, a autoconsciência e a empatia do médico, com o objetivo final de melhorar mutuamente o bem-estar do próprio médico e a qualidade do atendimento ao paciente.
Além disso, os programas de mindfulness também discutem frequentemente como integrar diretamente a atenção plena à prática clínica.
Vamos ver alguns exemplos de como programas de mindfulness estão sendo ensinados aos estudantes de medicina?
- Escola de medicina da Brown University: concentração acadêmica em estudos contemplativos. Neste programa de quatro anos para estudantes de Medicina, os alunos desenvolvem uma compreensão experimental e científica, e de seus usos em um contexto clínico.
- Escola de medicina da Duke University: cursos são oferecidos em que os alunos desenvolvem habilidades de gerenciamento de estresse e autocuidado para si, e para seus pacientes.
- Escola de Medicina da Universidade de Georgetown: programa de Medicina do Corpo Mental Integrado ao currículo da faculdade de medicina, esse curso ensina uma compreensão teórica e prática das abordagens mente-corpo aos cuidados de saúde.
- McGill University- Faculdade de Medicina: programas focados em uma “Prática Médica de Atenção Plena” são oferecidos para Estudantes de Medicina. Com ênfase adicional na prática clínica.
- Faculdade de Medicina e Odontologia da Universidade de Rochester: os estudantes, residentes e professores têm a possibilidade de receber treinamento em atenção plena.
- Hospital Federal da Lagoa: No Rio de Janeiro, em 2016, teve início um movimento de inclusão da prática no serviço de clínica médica. As atividades incluíam um evento semanal aberto para funcionários,residentes e internos do hospital. Esse ano, ainda não houve novas atividades; no entanto, há promessas de um retorno em breve.
Visão Geral
Mindfulness está se tornando um mecanismo cada vez mais popular na Medicina.
Por mais que ele possa assumir várias formas, os programas normalmente enfatizam o foco em estar presente no momento, por meio de técnicas que efetivamente requerem treinamento e autodisciplina.
Os benefícios da atenção plena
Ronald Epstein, MD, é o autor de “Attending: Medicine, Mindfulness and Humanity” e ministra um curso de prática consciente para estudantes de Medicina do terceiro ano na Universidade de Rochester Medical Center desde 2007.
Ele defende que todos nós precisamos nos conhecer melhor e entender o nosso lugar no mundo. E afirma que essa é a motivação fundamental para que os alunos não apenas pensem na formação médica como o aprendizado de um conjunto de fatos e de procedimentos, mas também prestem atenção à sua evolução no relacionamento com o trabalho que desempenham.
Defensor das vantagens do mindfulness, ele parece estar certíssimo. Um estudo recente indicou que estudantes de Medicina que participam de programas de redução do estresse, baseados em mindfulness, notaram uma diminuição da ansiedade e do estresse.
Além disso, acredita-se que a redução do ruído externo, combinada com a disciplina de permanecer presente no momento, também pode levar a uma concentração mais eficaz.
Dessa forma, destinar momentos para se concentrar no presente pode ajudar os estudantes de Medicina a combater a ansiedade. Sessões focadas na atenção ajudam a realinhar pensamentos e levam muito pouco tempo.
Além disso, os exercícios de respiração profunda devem ser incentivados, uma vez que esses podem ajudar os alunos a relaxar antes dos exames ou quando estiverem se sentindo sobrecarregados.
Ter tempo para praticar
Uma prática de mindfulness requer um compromisso externo do praticante. Isso pode ser um desafio para o estudante que está sempre atarefado e “sem tempo”.
Para estudantes de medicina, apenas quinze minutos por dia para meditar pode não ser possível. Mas isso não significa que não se pode adaptar uma prática de atenção plena à programação.
Segundo Epstein, muitas pessoas acreditam que significa ficar sentado em uma posição fixa por um período de tempo em um local calmo.
Entretanto, ela também pode ser feita no momento em que você está fazendo seu trabalho. Para tanto, ele encoraja as pessoas a encontrarem alguma maneira de selecionar um horário calmo.
Vejam só …
Isso por si só já é uma prática de atenção plena. É uma maneira de estar ciente de seu próprio ser e de regular a sua atenção.
Pode-se dizer, portanto, que o mindfulness apresenta uma forma interessante de auxiliar o estudante de Medicina e profissionais já formados na prática diária.
Mais do que isso, destinar um tempinho do seu dia para essa prática consiste em um investimento em si mesmo.
Não parece paradoxal profissionais que cuidam da saúde do “outro”, não conseguirem cuidar de si mesmos? Não parece estranho que estudantes que aprendem sobra a importância da saúde mental “não tenham tempo” para cuidar da sua própria saúde mental?
Ainda… Não parece contraditório aceitar a exaustão como algo normal e inerente à prática médica?
Sim! Por isso:
- Tenha consciência de que o que faz um ótimo médico é mais do que apenas conhecimento. A capacidade de autoconsciência, regulação emocional e atenção plena na vida diária e no trabalho também são essenciais;
- Pratique a atenção plena;
- Desenvolva a capacidade de reconhecer o que está acontecendo “dentro”. Permita que você deixe de lado as distrações e realmente atenda ao momento;
- Acima de tudo: seja feliz. Pratique a Medicina pelo outro e também por si mesmo! Não esqueça de que todos – inclusive os médicos – somos seres humanos.
Gostaria muito de ler esse livro, porém eu achei um pouco caro! 🙁