Com a aproximação do fim dos seis anos de faculdade, os alunos de medicina passam a dividir o tempo de provas, trabalhos e do internato com os estudos para a prova de especialização. Então, surge a pergunta: como passar na residência médica com tantas atividades?
Refletindo um pouco, você vai lembrar de como foi intensa a época do vestibular. Agora, é preciso retomar aquela rotina de estudos e se preparar para uma nova avaliação — a prova de residência médica. É ela que abrirá as portas para o ingresso na forma de especialização considerada padrão-ouro para os médicos.
Mesmo habituado a longos exames e testes, não podemos negar que essa é uma etapa difícil, principalmente em relação a grande concorrência. Enfim, esse pode ser um dos maiores desafios do recém-formado e, por isso, para se sentirem mais preparados, é importante que eles tirem as suas dúvidas antes de fazerem as provas.
Alguns métodos de estudos podem contribuir (e muito) nesse momento. Portanto, além dos principais mitos e verdades sobre as provas de residência, separamos algumas dicas valiosas para você se preparar para a ocasião. Confira!
Mito: a prova contém a matéria específica da área
Os temas gerais são cobrados em todas as provas de residência e, provavelmente, eles foram trabalhados com os alunos ao longo da graduação. Vejamos alguns deles:
clínica médica;
clínica cirúrgica;
ginecologia e obstetrícia;
pediatria;
medicina social.
Podemos perceber que não é extremamente necessário que o médico tenha experiência na área em que quer fazer sua residência. Porém, todo conhecimento poderá auxiliá-lo na resolução das questões.
Mito: a residência sempre dura dois anos
A especialidade escolhida para atuar vai interferir no tempo de duração da residência. Entretanto, os campos mais gerais, de acesso direto (clínica médica e cirurgia geral), têm a duração de dois anos e possibilitam o ingresso em residências específicas com duração variável (endocrinologia e cirurgia vascular).
Outras residências podem apresentar variáveis quanto a duração, vejamos:
2 anos | acupuntura, alergia e imunologia, medicina de família |
3 anos | anestesiologia, dermatologia, ginecologia e obstetrícia, infectologia, pediatria |
5 anos | cirurgia cardiovascular, neurocirurgia |
Mito: não é possível trancar a residência
Quando o residente não está apto para cursar a especialização é possível trancá-la. Os casos que se aplicam são:
o afastamento por doença;
o serviço militar;
a licença-maternidade.
Em caso de doença ou licença-maternidade, o residente continua recebendo o valor da bolsa pelo INSS.
Verdade: existem cursos preparatórios para as provas
Anualmente, no Brasil, se formam mais médicos do que o número de vagas de residência oferecidas pelos hospitais públicos e privados, fazendo com que as provas costumem ser muito concorridas.
Por isso, muitos alunos buscam cursos preparatórios, que existem na modalidade presencial ou à distância. Esses cursos, geralmente, podem ser realizados durante os dois últimos anos da graduação ou no último semestre, para a modalidade intensiva. Tudo vai depender das necessidades e possibilidades do estudante.
É importante ressaltarmos que os cursos preparatórios oferecem o material de maneira resumida e objetiva. Neles, o candidato tem apoio na organização de seus estudos. Assim, o tempo que seria gasto para se organizar é utilizado no estudo propriamente dito.
Verdade: o processo é dividido em três etapas
As provas de residência, conhecidas por seu amplo conteúdo, são divididas em três etapas:
prova teórica com questões referentes a todas as áreas, com maior peso para a classificação;
análise curricular (estágios extracurriculares, publicações científicas, organização de eventos científicos, monitorias, atividades de pesquisa);
entrevista pessoal, na qual os entrevistadores buscam as motivações dos candidatos.
Alguns processos seletivos só apresentam uma etapa com uma prova teórica eliminatória e classificatória, enquanto outros contam também com uma prova prática.
Verdade: o residente recebe uma bolsa-auxílio
O residente médico tem direito a uma bolsa-auxílio prevista em edital. A bolsa é determinada pelo Ministério da Educação (MEC) para todos os residentes da área de saúde (medicina, enfermagem, fisioterapia, entre outros) e tem o valor de R$ 3.330,43 (reajuste de 2016).
É descontado o INSS e podem ser acrescidos outros auxílios (alimentação e moradia, por exemplo). Mesmo assim, alguns gastos podem ser necessários, por isso, nunca é demais economizar para não passar aperto durante a residência.
Lembrando que desde 2017 alguns cortes orçamentários diminuíram o número de bolsas oferecidas pelo MEC, o que acabou aumentando ainda mais a concorrência, principalmente, para vagas onde a bolsa-auxílio é disponibilizada.
Como se preparar para a prova de residência médica?
1. Crie uma rotina de estudos
Misturar as aulas da faculdade, o período de estágios e os estudos para conseguir vaga em uma residência médica. Tudo isso parece algo fora de cogitação para você? Será que você está realmente sabendo planejar o seu tempo? Se você respondeu sim, na primeira, e não, na segunda, está na hora de criar uma rotina de estudos.
Dentro dessa rotina deixe um tempo para sair com os amigos, descansar e fazer atividades físicas. Estar bem mental e fisicamente são fatores que podem interferir diretamente no resultado da sua prova. Essa é uma excelente dica de como passar na residência médica.
2. Priorize os conteúdos mais importantes
Por serem provas pragmáticas, pode acontecer de algumas questões se repetirem, por isso, é indicado estudar com base em provas anteriores. A partir dos seus erros e acertos nas questões, verifique os conteúdos que mais precisa estudar e dê prioridade para eles.
Se informar bem sobre as datas também pode ser uma maneira de organizar quais e quando estudar cada conteúdo. Pode ser que você não tenha tanto tempo quanto imaginou, por isso, anote tudo aquilo que já estudou e o que ainda precisa estudar.
3. Invista em um curso preparatório
Como o próprio nome já diz, o curso preparatório tem o objetivo de preparar o candidato para algo. Assim, aquilo que mais cai nas provas é revisado com o apoio de um professor, principalmente aqueles conteúdos vistos nos primeiros anos de faculdade.
Começar a estudar ainda durante a faculdade pode ser cansativo, por isso, essa etapa precisa ser muito bem planejada. Cursos preparatórios a distância na área de medicina, por exemplo, podem otimizar o tempo que seria gasto para chegar até o local de estudos, diminuindo o possível cansaço.
A preparação para as provas de residência envolve muito estudo, busca de informações sobre a área de especialidade e a instituição para a qual você concorrerá na prova. Portanto, ligue-se nas notícias da área.
Conhecer esses mitos e verdades, bem como as dicas de como passar na residência médica, aumentam as suas chances de conseguir fazer uma especialização de qualidade e dentro do perfil profissional que sempre sonhou.
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