Introdução
Durante a abordagem destes pacientes devemos primeiro definir se a queixa relatada foi realmente um quadro sincopal ou não. Se tiver todas essas características podemos dizer que se trata de uma síncope. O principal diagnóstico diferencial costuma ser a crise convulsiva.
A convulsão apresenta aura, um período de recuperação (pós-ictal) mais longo e com desorientação, mordedura de língua e liberação esfincteriana, por exemplo. Feito isso, todo paciente deve ter sua história e exame físico colhidos, bem como a realização de ECG, com o intuito de identificar causas graves, tais como: TEP, Hemorragia subaracnóidea, síncope de etiologia cardiológica e por hemorragias.
Uma síncope precedida de vômitos, náuseas, palidez, tontura, dor abdominal ou vertigem sugere uma etiologia neurocardiogênica (vasovagal), enquanto que a perda súbita da consciência sem esses pródromos aponta para arritmias.
O exame físico deve focar nos sinais vitais e exames cardiológico e neurológico, assim como guiado em qualquer outro sintoma, já que podem prover direcionamentos diagnósticos:
Dispnéia – TEP e Insuficiência cardíaca.
Dor torácica – Síndrome coronariana aguda e TEP.
Cefaléia – Aumenta a possibilidade de hemorragia subaracnóidea.
Cefaléia/Parestesias/
Atenção!
Outros exames complementares devem ser solicitados de acordo com as circunstâncias clínicas. Uma vez excluídas as causas graves, que exigem um manejo apropriado, uma estratificação de risco é recomendada para determinar uma maior avaliação ou dispensa do paciente com orientação de acompanhamento.
A síncope neurocardiogênica por si é considerada de BAIXO RISCO.
São fatores que determinam ALTO RISCO: síncope aos esforços; palpitações no momento do evento; história de cardiopatia estrutural ou clínica sugestiva de falência cardíaca; idade avançada e comorbidades associadas; anemia importante, história familiar de morte súbita; anormalidades eletrocardiográficas (distúrbios de condução, bradiarritmia ou taquiarritmia, isquemia ou infarto prévio); dispnéia durante síncope ou avaliação e por fim, achados anormais no exame físico.
E quando se recomenda a realização de ecocardiograma na emergência?
O ecocardiograma transtorácico não deve ser solicitado de rotina, já que o uso de rotina em pacientes com síncope inexplicada não mostrou benefícios. A solicitação do exame tem seu valor quando há suspeição ou história prévia de cardiopatia estrutural, seja pelo exame físico ou pela história clínica, ou quando há identificação de anormalidades eletrocardiográficas.