O coração é um órgão vital, como todos sabemos. Ele funciona como uma bomba propulsora, que ejeta o sangue para todo o organismo. Com isso, têm-se a constância do meio, fazendo a oxigenação tecidual e a retirada de metabólitos excretados dos tecidos.
Quatro câmaras formam o coração: 1 átrio esquerdo, 1 átrio direito, 1 ventrículo esquerdo e 1 ventrículo direito. Os átrios são as câmaras superiores do coração: o átrio direito recebe pelas veias cavas (superior e inferior) o sangue vindo de todo o corpo (sangue rico em e pobre em ); o átrio esquerdo recebe o sangue pelas veias pulmonares esquerdas (sangue rico em e pobre em – pois acabou de ser oxigenado nos pulmões). Já os ventrículos são as câmaras inferiores do coração: o ventrículo direito recebe o sangue do átrio direito e então ejeta pela artéria pulmonar um sangue rico em e pobre em em direção ao pulmão, para que seja então oxigenado; e o ventrículo esquerdo recebe o sangue do átrio esquerdo e o ejeta para a artéria aorta, e assim esse sangue oxigenado é distribuído por todo o corpo.
Agora que você já entendeu como o coração é formado, vamos ao débito cardíaco. O débito cardíaco é o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo para a artéria aorta a cada minuto. O sistema cardiovascular é um sistema fechado, não deve haver perdas, portanto em um coração eficiente, o débito cardíaco deve ser igual ao retorno venoso (volume de sangue que chega ao átrio direito a cada minuto). Em média, são ejetados 5.250 ml/ min (débito cardíaco), e a mesma quantidade deve retornar ao átrio direito (retorno venoso – RV).
O débito cardíaco (DC) pode ser calculado pela frequência cardíaca (FC) x débito sistólico (DS). Mas então, o que é frequência cardíaca? A FC é quantas vezes o coração ejetou sangue por minuto, ou seja, os batimentos dados em um minuto (bpm). A FC pode variar normalmente numa faixa entre 60 e 100 bpm, a média é cerca de 75 bpm. E débito sistólico, o que é? O débito sistólico corresponde a quantidade de volume ejetado a cada batimento, normalmente está próximo de 70ml. Com isso temos: DC = FC x DS → DC = 75 X 70 → DC = 5.250 ml/min.
Porém, como tudo na vida, o Débito cardíaco também não é imutável, está passível de alterações a todo momento. É o que acontece por exemplo, quando você realiza uma atividade física, onde a frequência cardíaca aumenta e consequentemente leva ao aumento do débito cardíaco. Outro exemplo é quando você fica nervoso, assustado, enfim, são inúmeras as situações fisiológicas que podem aumentar o débito sistólico temporariamente e compensatoriamente, pois o retorno venoso também aumenta.
Porém, há situações patológicas onde o débito cardíaco sofre alterações, como por exemplo na hipertensão arterial sistêmica, o volume ejetado (débito sistólico) é menor devido ao aumento da pressão na artéria aorta, dificultando a ejeção do sangue pelo ventrículo esquerdo. Em casos de patologias, onde o DC < RV, temos um coração ineficiente/insuficiente, onde o VS está reduzido, alterando todo o processo hemodinâmico de manutenção da homeostase.
Por hoje é isso!! E agora que você já sabe as bases do débito cardíaco, fica mais fácil entender inúmeras doenças que afetam a atividade cardíaca, não é mesmo?!!! Bons estudos!
O Débito Cardíaco depende da necessidade sistêmica e não diretamente da frequência cardíaca como é exposto no texto. Temos, por exemplo, um caso de estresse crônico no qual há uma descarga adrenérgica sem o aumento da necessidade sistêmica, isto é, para compensar o aumento da frequência cardíaca, decorrente do estresse crônico, há uma diminuição do volume sistólico e o débito cardíaco permanece o mesmo, o que pode levar a uma insuficiência cardíaca. Todavia, em casos de exercício físico, há um aumento do fluxo sanguíneo sistêmico (haja vista que o fluxo sanguíneo depende da necessidade local) favorecendo o retorno venoso e, também, o débito cardíaco, como postulado no início do texto.
Olá! Tudo bem? Adorei o comentário, muito obrigado. =) O débito cardíaco é uma medida de volume por minuto ejetado do coração, ele depende apenas de duas variáveis: o volume sistólico (também chamado de débito sistólico) e a frequência cardíaca. O débito cardíaco varia diretamente com a frequência cardíaca, mas isso só ocorre se o volume sistólico for mantido, como explicado no texto o débito cardíaco é dado através de uma fórmula bem simples DC=FC x DS. E como funciona a história da necessidade metabólica? Bem, quando aumenta a necessidade metabólica estímulos chegam para aumentar o débito cardíaco, e esse aumento ocorre justamente através do aumento da frequência cardíaca ou do volume sistólico. Então, apesar de existir vários mecanismo para controlar o débito cardíaco (hormônios, interleucinas, neurotransmissores, etc), ele em última análise é diretamente proporcional ao volume sistólico e frequência cardíaca. Só para continua o papo que eu gosto tanto, lembre que em certas situações patológicas (conhecidas como choques hemodinâmicos), o débito cardíaco não é suficiente para atender as demandas metabólicas, mas ainda assim ele continua diretamente proporcional ao volume sistólico e a frequência cardíaca. Um abraço, Dr. Felipe Magalhães, diretor científico