Introdução
Você está lá no seu plantão e seu preceptor avisa que um paciente teve morte cerebral. Ele diz que está indo conversar com a família sobre Doação de Órgãos e pergunta se você quer ir junto ver como funciona. Nesse momento ele te pergunta o que sabe sobre o assunto. E agora? Você trava ou diz que sabe tudo de importante do tema? Nem pense em travar! Entenda de vez todos os aspectos relevantes relacionados a doação de órgãos.
[show_more more=”Ler mais” less=”ler menos” color=”#008ec2″ size=”120″ align=”center”]
Doação de Órgãos
1- Quem é o potencial doador?
O doador pode ser do tipo vivo e nesse caso, o consentimento é do próprio doador. Nesse caso há uma restrição, ou seja, não são todos os órgãos disponíveis para doação. Como exemplos temos rim, parte do fígado, pele, medula.
Outra opção é o doador cadáver ou o morto por morte encefálica. No que diz respeito a morte encefálica, ela deve ser confirmada por meio de critérios específicos. A grande vantagem é que aqui não há restrição de órgãos que podem ser doados, desde que devidamente autorizados.
2- Como é feito o diagnóstico de morte encefálica?
O diagnóstico deve ser feito por meio de critérios específicos que incluem a realização de 2 avaliações clínicas e 1 exame de imagem. A avaliação clínica deve ser feita por 2 médicos diferentes capacitados e que não possuam conflitos de interesse, como integrar a equipe de transplantes, por exemplo. Elas devem ter um intervalo específico que varia de acordo com a idade:
- Até 2 meses: intervalo de 24h entre as 2 avaliações
- 2 meses até 2 anos: intervalo de 12h entre as 2 avaliações
- Acima de 2 anos: intervalo de 1h entre as 2 avaliações
Em relação ao exame de imagem, no mínimo 1 deve ser realizado, como o eletroencefalograma, angiografia e doppler transcraniano, por exemplo.
3- Quem autoriza a doação?
No caso do doador vivo, o próprio doador pode autorizar a doação e somente ele pode fazer isso. No entanto, no caso do doador morto, quem autoriza é a família, independente de declaração formal, escrita do indivíduo. Em outras palavras, não adianta você querer ser doador, se em caso de morte, sua família escolher não doar. A decisão é deles. Por isso é importante deixar sempre claro seu desejo para a família.
4- Quais as contraindicações absolutas para doação?
De modo básico e prático: presença de neoplasias malignas e infecções. Não esqueça disso, afinal após a doação, o receptor será imunossuprimido e assim não conseguirá se defender de uma infecção. Além disso, se células neoplásicas foram transplantadas, o receptor também poderá apresentar uma neoplasia maligna.
5- Qual a ordem de captação dos órgãos?
Vamos seguir uma ordem lógica pensando em órgãos que não suportam a isquemia prolongada. Segue a lista em ordem de captação:
- Coração
- Pulmões
- Fígado
- Pâncreas
- Intestino
- Rins
- Vasos
- Córnea
- Pele e outros tecidos
Conseguiu pegar todas as informações relevantes sobre o assunto? Agora você está preparado para acompanhar esse atendimento. Não esqueça do quanto esse tema é difícil para a família, aqui a empatia é fundamental. Bons estudos!
[/show_more]