A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) foi o resultado de um processo. Para entendê-lo, é importante saber como era o sistema de saúde antes dele, como as novas visões de saúde no mundo o influenciaram e então como foi implementado.
Antes do SUS:
O primeiro e mais importante dado que temos que lembrar sobre todos os sistemas de saúde antes do SUS é que eles não eram para todos. Só parte da população tinha acesso. A base dos usuários eram os que estavam empregados e, com isso, contribuíam com os sistemas de aposentadorias e pensões. Logo, se a pessoa era desempregada, ou tinha um trabalho informal de uma forma geral, ela não tinha acesso a saúde.
Alma Ata:
A visão sobre saúde no mundo começou a mudar. E em 1978 aconteceu a Alma Ata, Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde. Nela passou-se a pensar em saúde de uma forma mais ampla. Ou seja, a simples ausência de doença não era a única meta, mas um estado de completo bem-estar físico e mental. Mais importante que isto, deveria ser direito de todos os cidadãos.
Oitava Conferência Nacional de Saúde:
Anos mais tarde aqui no Brasil aconteceu a Oitava Conferência Nacional de Saúde e nela começou-se a falar sobre esse conceito ampliado de saúde. Esse documento foi a base das discussões na Assembleia Constituinte em 1987. Isto levou em 1988 a criação do Sistema Único de Saúde, que, pela primeira vez, considerou a saúde um direito de todos e um dever do estado.
Lei 8080:
A lei mais importante e que instituiu o SUS foi a lei 8080. Esta foi criada em 19 de setembro de 1990. Nela foram citados os conceitos básicos do SUS como promoção, proteção e recuperação da saúde. Além disso, definiu como seria a organização e o funcionamento dos serviços.
Para entender bem o SUS é imprescindível saber um pouco da história, tanto de como foram os sistemas de saúde antes dele, quanto como o mundo estava mudando sua visão de saúde. A partir disso a discussão sobre o nosso atual modelo de saúde pode ser feito.