A regulação da pressão arterial sistêmica é um desafio para o nosso sistema cardiovascular. O fluxo sanguíneo para os tecidos do nosso corpo é impulsionado pela diferença de pressão entre os lados arterial e venoso da circulação. E a pressão arterial média deve se manter em nível elevado e constante de aproximadamente 100 mmHg. Desta forma, todos os nossos órgãos e tecidos serão perfundidos.
A pressão arterial média é regulada por dois sistemas principais:
– Reflexo Barorreceptor (neuromediado): tenta restaurar a Pressão arterial para seu valor prefixado em questão de segundos.
– Sistema Renina-angiotensina-aldosterona: regula a Pressão arterial mais lentamente, agindo principalmente sobre o volume sanguíneo.
No texto de hoje iremos focar no reflexo barorreceptor! Continua a leitura que te ajudará a entender melhor situações como: perda aguda de sangue (hipovolemia), hipertensão maligna, choque hipovolêmico, entre outros!
Reflexo Barorreceptor
Os barorreceptores são sensores de pressão, localizados nas paredes do seio carotídeo e do arco aórtico. Eles transmitem informações sobre a pressão arterial aos centros vasomotores cardiovasculares no tronco encefálico.
Os barorreceptores do seio carotídeo são reativos aos aumentos ou diminuições da pressão arterial, enquanto os barorreceptores do arco aórtico são principalmente sensíveis aos aumentos da pressão arterial. Eles funcionam como mecanorreceptores, que percebem a variação da pressão arterial por meio do estiramento.
O aumento da pressão arterial causa aumento do estiramento dos barorreceptores e aumento da frequência de disparo dos nervos aferentes. O contrário ocorre com a redução da pressão arterial. Importante salientar que os barorreceptores são muito sensíveis às variações de pressão e a velocidade de variação da pressão. O ESTÍMULO MAIS FORTE PARA O BARORRECEPTOR É A MUDANÇA RÁPIDA NA PRESSÃO ARTERIAL.
A sensibilidade dos barorreceptores pode ser alterada por doença, como a hipertensão arterial crônica. Situação em que ocorre diminuição da sensibilidade a aumentos na pressão arterial.
Facilitando a neurofisiologia por detrás do reflexo barorreceptor
As informações captadas pelos barorreceptores do seio carotídeo são transportadas para o tronco encefálico por meio do nervo do seio carotídeo e as informações oriundas do arco aórtico são transportadas por meio do nervo vago.
Após ascender ao tronco encefálico, as informações são integradas no bulbo, no núcleo do trato solitário. O bulho direcionará as mudanças da atividade de vários centros cardiovasculares (sabe o que esse núcleo faz? Direciona o aumento ou diminuição no fluxo eferente dos sistemas nervosos simpático e parassimpático).
O fluxo eferente parassimpático exercerá a diminuição da frequência cardíaca. Já o fluxo simpático possui quatro funções: efeito sobre o nodo SA (aumentando a frequência cardíaca), efeito sobre o músculo cardíaco (aumentando a contratilidade e volume sistólico), efeito sobre as arteríolas (produzindo vasoconstrição e aumentando a RPT) e efeito sobre as veias (produzindo venoconstrição).
Dessa forma, por meio do reflexo barorreceptor, o nosso corpo consegue atuar nas variações agudas da pressão arterial. Vamos analisar a seguinte situação: Imagine uma pessoa que acabou de sofrer um acidente automobilístico e está com um sangramento abdominal importante.
Vejamos como ocorre o reflexo barorreceptor nessa situação:
A queda da pressão arterial agudamente levará à diminuição do estiramento dos barorreceptores, que por meio da ativação simpática ocasionará aumento da pressão arterial média, visando restaurar a volemia e manter os tecidos perfundidos.
Referências: CONSTANZO, L. S. Fisiologia. 5.ª ed.
Veja também outra parte extremamente importante da regulação da Pressão arterial no artigo Regulação da Pressão Arterial – Sistema Renina-Angiotensina II – Aldosterona