Artigo escrito pela equipe do iMedicina, sistema médico com tudo o que você precisa para conquistar e fidelizar mais pacientes
A medicina é uma escolha desafiadora, do início ao fim. Você com certeza se lembra das horas diárias de estudo dedicadas ao vestibular. Entrega de corpo e alma tão intensa e integral que mexe até mesmo com a mente do vestibulando. Quando a conquista finalmente chega – a tão sonhada vaga em uma universidade para o curso escolhido – você pode ter pensado que enfim os dias incansáveis de estudo seriam amenizados, não é? Ledo engano!
Agora, a dedicação que antes era diária se estende pela noite e a madrugada, finais de semana e feriados. Os encontros com os amigos vão se tornando cada vez mais escassos porque não há tempo hábil até o final do curso para apreender todo o conhecimento necessário sobre a ciência médica.
Ufa! Mas, não respire ainda! Nem falamos sobre o desafio da escolha da área de atuação, da residência ou do internato e… do demorado retorno financeiro após a formação! Isso nos faz lembrar, inclusive, da posterior escolha sobre o local de trabalho: hospital, clínica ou consultório particular, Unidade Básica de Saúde, Universidade ou Programa Saúde da Família.
Você já tem uma mínima noção sobre onde desejaria atuar? O nosso objetivo não é te guiar sobre a escolha do local de atuação, mas abrir os seus olhos sobre práticas que serão essenciais para a chegada desse momento – esperamos que você já tenha um plano pós universidade, pois outros desafios estarão te esperando logo à frente! Mas, não desanime!
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O melhor de tudo? Dependendo de como você se organiza, o esforço extra nessas ações podem ser conciliados com trabalhos acadêmicos como forma de matar dois coelhos em apenas uma cajadada!
Este artigo irá te ajudar a criar estratégias essenciais para que as portas estejam destrancadas quando você se formar. E o mais incrível é que você poderá colocar todas essas táticas em prática ainda na universidade. Ficou curioso? Continue lendo para entender sobre o que estamos falando!
E quando eu me formar?
Quantas vezes ao dia você se pergunta isso? Ou talvez nem tenha tempo em pensar no futuro, já que há tanto conteúdo acumulado para estudar, não é mesmo? O certo é que muitos estudantes de medicina confiam no fato de que existem diversas oportunidades de trabalho após a formação. O que talvez desconheçam é que cerca de 25 mil novos médicos se formam a cada ano. Para você ter ideia, o Brasil é o segundo país no mundo que mais forma médicos.
Para um mercado que já possui cerca de 452 mil profissionais formados e com CRM ativo, segundo dados da pesquisa Demografia Médica no Brasil 2018, esse número representa crescimento de 5,5% todos os anos.
Imaginar o setor da saúde saturado, no Brasil, é algo distante, mas a questão é que podemos visualizar uma concorrência crescente de médicos formados, principalmente entre aqueles que pretendem abrir o próprio consultório.
Inclusive, ter a própria clínica ou consultório particular é uma das preferências entre os formandos. Ainda conforme o estudo Demografia Médica Brasileira, a maior parte dos recém-formados em medicina preferem trabalhar em hospitais. A segunda opção mais citada é a atuação em consultório particular. A terceira escolha mais votada é a clínica particular.
As outras possibilidades levantadas, em ordem de preferência, é trabalhar em Unidade Básica de Saúde, em Universidades e no Programa Saúde da Família (PSF).
É possível perceber que empreender é um dos principais objetivos daqueles que acabaram de sair da faculdade de medicina. Portanto, se este também é o seu objetivo, prepare-se para encontrar um mercado de saúde privada com concorrência cada dia mais acirrada.
Caso você também planeje empreender assim que concluir o curso, finalmente, podemos dizer que este artigo é para você! Iremos indicar algumas ações importantes que já poderão ser colocadas em prática, mesmo que você ainda não tenha concluído o curso. E essas ações estão ligadas ao marketing médico. Quer entender mais? Continue comigo!
O que é marketing médico e como posso utilizá-lo ainda na faculdade?
É essencial esclarecer desde já: marketing médico é diferente de publicidade! Existe muita confusão neste assunto e isso causa sérios equívocos na prática de um e de outro. É comum que o marketing médico seja visto como antiético pela classe, devido à associação equivocada do termo com “autopromoção”, o que é vedado pelo CFM – algo que geralmente é realizado na publicidade.
Mas, então, o que é marketing médico? Aqui, podemos utilizar o conceito formulado pela pesquisa “Percepções de Alunos de Medicina sobre Marketing Médico”, realizada pela Universidade de São Paulo e publicada pela Revista Brasileira de Educação Médica, em 2012:
“(…) Conjunto de ações e estratégias que tem por objetivo agregar valor à prática médica por meio da identificação de oportunidades e mercado, dos desejos e das necessidades dos pacientes”.
E, em complemento ao conceito, podemos dizer que o marketing médico é uma forma de melhorar a percepção das pessoas sobre a sua área de atuação, conquistar mais pacientes e, com isso, aumentar o seu faturamento no consultório ou clínica médica. Além disso, a prática contribui para o aumento da lucratividade, diferenciação com concorrentes, aumento da autoridade médica, presença no mercado e maior disponibilidade de informações seguras sobre saúde na internet.
Esse último item é importantíssimo para o combate das fake news na saúde, conteúdos que vêm se transformando em verdadeira ameaça para a saúde pública no mundo todo.
Marketing médico ≠ Publicidade
Agora, vamos à prática? O que é preciso para que você comece a sua estratégia de marketing médico? Você já deve ter acompanhado diversos Youtubers, estudantes de medicina, publicando vlogs para mostrar a rotina na faculdade. Isso seria o começo de uma estratégia de marketing médico, porém, é necessário pensar no público que você gostaria de atingir. Aliás, esse é o começo de tudo: o público!
Não seria interessante falar para seus futuros pacientes, ajudando-os com conteúdos confiáveis sobre saúde? Como médico em formação, essa seria uma forma, inclusive, de deixar os ensinamentos do curso fresquinhos na sua mente. É claro que você não deve assinar como médico, mas sim como estudante de medicina. Sejamos éticos, não é mesmo?
Vejamos a seguir o que você precisa para dar início a essa aventura!
Tenha um canal de comunicação
Falamos acima sobre estudantes de medicina youtubers. Caso você prefira ter um meio de comunicação mais visual para conversar com sua audiência, leia nosso artigo “Youtube para médicos: saiba como produzir o seu canal”, onde falamos sobre equipamentos e tudo mais para criar um canal na rede.
Você também pode produzir textos esclarecendo dúvidas sobre determinada área da saúde. Neste caso, as recomendações são:
- Construa um site com blog vinculado, ou apenas um blog, que seja adaptável para dispositivos móveis;
- Utilize linguagem simples, adaptando para a realidade do público médio que não possui conhecimento técnico sobre sáude. Ou seja, artigos para um público leigo devem se diferenciar pela simplicidade, em comparação aos artigos científicos publicados em revistas especializadas;
- Busque sempre relevância. Quais seriam as principais dúvidas das pessoas sobre determinada área da saúde? Por exemplo, se pediatria é a sua escolha como futura área de atuação, então, escreva sobre as principais dificuldades que as mães possuem com o recém-nascido;
- Por falar nisso, é importante que você busque “especializar” o seu site, blog ou canal no Youtube. Isso facilita o trabalho dos buscadores na indexação da sua página, ou conteúdo, de forma mais assertiva, fazendo com que a sua audiência seja ainda maior.
Dica: concilie os temas estudados na sua formação, com as pautas abordadas nos seus conteúdos. Essa é uma maneira de aproveitar a matéria fresquinha na cabeça para conseguir publicar conteúdos qualificados com muito mais agilidade. Temas não devem faltar! Apenas se esforce para trazer essa mensagem ao linguajar leigo. Tente explicar como se estivesse sanando as dúvidas de uma criança.
Esteja nas redes sociais
As redes sociais são essenciais para que você “distribua” o seu conteúdo do site, blog ou canal no Youtube e obtenha mais e mais visitantes. Escolha uma rede social (não é necessário estar em todas!) e a mantenha sempre atualizada também com conteúdo médico.
Conteúdo pessoal também tem seu valor. Sobretudo, procure educar as pessoas sobre aprendizados importantes sobre saúde que poderiam ajudar a população como um todo.
O que o CFM permite?
O marketing e a publicidade médica são regulados pelo Conselho Federal de Medicina. O órgão norteia as práticas de divulgação e publicidade do setor por meio do Manual de Publicidade Médica.
A leitura é válida para conhecer o que se deve ou não fazer em marketing médico. Podemos descrever um resumo básico de boas práticas em marketing médico, conforme o CFM:
Permissões:
- Divulgar conteúdo de saúde
- Ter um site e um blog
- Usar sua formação como diferencial
- Afirmar ter um atendimento de qualidade (quando se tem de verdade)
- Fazer anúncios pagos na internet (com especificações esclarecidas no manual)
- Estar presente e ativo nas redes sociais (com especificações esclarecidas no manual)
Proibições:
- Divulgar conteúdo sem dono
- Diagnóstico não presencial
- Divulgar fotos de antes e depois
- Intitular-se único ou melhor que outros profissionais
- Utilizar equipamentos e infra-estrutura como diferencial médico
- Prometer garantia de resultados
Marketing médico e ética médica
Ainda existe muita desconfiança com relação aos limites e possibilidades do marketing médico com ética. Todas as dúvidas são causadas pela falta de conhecimento e ensinamento do conteúdo nas universidades. Isso é o que constatou o estudo “Percepções de Alunos de Medicina sobre Marketing Médico”, realizado pela USP, em 2012.
O objetivo da pesquisa era verificar o conhecimento dos 600 alunos de medicina, matriculados no ciclo básico, clínico e internato na FMRP-USP sobre as permissões para execução do marketing médico. A grande maioria dos alunos entrevistados desconhecia o tema. Apenas 16,8% já haviam tido contato com o assunto.
A falta de contato com o tema é motivo de elevada controvérsia, conforme verificado. Os princípios éticos da medicina é o ponto de maior confusão entre os formandos. Por meio da pesquisa, foram identificados os seguintes fatores responsáveis por gerar curiosidade ou preocupação nos estudantes ouvidos:
- falta de clareza sobre o conceito de marketing;
- preocupação em ferir algum princípio ético ao realizar propaganda;
- necessidade de realizar marketing no mercado de trabalho competitivo;
- o currículo do profissional como meio de divulgação;
- novos meios de divulgação de informação e forma de utilização;
- possibilidade de transpor conceitos de outras áreas para a medicina e problemas nesse processo.
Uma nova realidade da área médica
Você também tem dúvidas sobre marketing na medicina? Se ainda está inseguro, não deixe de consultar a extensa lista de materiais ricos que produzimos para esclarecer as possibilidades e benefícios do marketing para profissionais médicos.
Mas, para ajudar ainda mais a esclarecer sobre o leque de possibilidades que o marketing médico pode oferecer para o seu futuro profissional, vale a conclusão da pesquisa acima, que ainda queremos resgatar.
“Marketing médico é um exemplo de uma nova realidade que requer comportamento ético do profissional que não existia com a ênfase observada nos últimos cinco anos. Para lidar com essas situações, o ensino tutorial pode ser mais adequado, por ser adaptável às necessidades do grupo. Esse método possibilita reflexão para a identificação, elaboração e difusão de conhecimento que não está sendo abordado no currículo convencional, sob adequada supervisão. Mais do que tudo, tem o potencial de desenvolver no aluno a capacidade de enfrentar novos problemas no futuro com metodologia similar”.
Gostou? Leia outros artigos sobre o tema!
- Marketing Médico: o que é e como aplicar, na prática, de acordo com o CFM
- As 9 perguntas mais comuns sobre marketing médico
- Por que você deve fazer Marketing Médico e como ele se diferencia da Publicidade
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