Muitos acadêmicos e médicos até mesmo experientes possuem dificuldade em acessar uma via aérea definitiva, principalmente em situações de estresse contínuo, como plantões de emergência e CTI. Intubar um paciente exige não só prática, mas conhecimentos teóricos básicos. Sem saber alguns detalhes, uma intubação que poderia ser fácil e rápida, torna-se uma catástrofe. Pensando nisso, vamos aqui citar 6 passos e conceitos fundamentais para você não se esquecer mais, e ter sucesso em 90% das suas intubações no plantão!
Primeiro – POSICIONAMENTO:
Antes de qualquer coisa, atente-se a isso! Em qualquer procedimento da área médica, posicionar adequadamente seu paciente é o segredo. Independente da sua pressa e urgência do caso, não se deve pular esta etapa, ok?
O posicionamento para intubação orotraqueal em adultos não obesos e sem lesão medular, consiste na chamada “posição olfativa”, do inglês “sniffing position”, que é a posição adotada semelhante a uma pessoa cheirando uma flor.
É utilizado um coxim occipital de aproximadamente 8-10 cm, firme, que faz com que haja flexão do pescoço sobre o tórax. Depois, prosseguimos com a extensão da cabeça. Isso faz com que haja o alinhamento dos planos oral, faríngeo e laríngeo. A cabeça do paciente deve estar na altura do apêndice xifoide do médico, para que haja uma boa visualização da glote, por onde passará o tubo. Não é necessário curvar-se por cima do paciente, nem aproximar sua face da boca dele. Mantenha sua postura ereta, não tem erro!
Segundo – PRÉ-OXIGENAÇÃO
Quase sempre você dispõe de pelo menos 3 minutos para otimizar a oxigenação do paciente antes de partir pra intubação. A pré-oxigenação, que é o acoplamento da máscara facial com fornecimento de oxigênio a 100% por esse período mínimo, aumenta o tempo que seu paciente poderá ficar em apneia, caso você não consiga intubar rapidamente.
Terceiro – VENTILAÇÃO SOB MÁSCARA
Se o seu paciente for elegível para ventilação sob máscara facial, ou seja, não seja considerado “estômago cheio” (jejum incompleto, vítimas de trauma, obstrução intestinal, pacientes com aumento importante do volume abdominal como na gestante e ascite, dentre outros exemplos), você pode ventilar tranquilamente, e com risco mínimo de broncoaspiração, antes de intubar. Enquanto isso, as drogas hipnóticas, analgésicas e bloqueadores neuromusculares que foram administradas fazem efeito. Ela é também uma arma fundamental quando a intubação está sendo mais difícil que o previsto, assim você pode parar, ventilar um pouco, até reoxigenar o paciente e ganhar tempo antes de partir para a próxima tentativa.
Quarto– DROGAS UTILIZADAS
No plantão, quem assume a intubação é quem solicita a administração dos fármacos necessários para ela se tornar mais favorável e trazer conforto ao paciente. Então você deve saber os hipnóticos (ex: midazolam, propofol), analgésicos (ex: alfentanil, fentanil) e bloqueadores neuromusculares (ex: succinilcolina, atracúrio, rocurônio) mais indicados em cada caso. Isso é um assunto à parte, mas não deixem de estudar para saber as doses e indicações, são muitas opções!
Quinto – CONHEÇA O MATERIAL DE VIA AÉREA:
Não adianta querer manipular via aérea sem antes conhecer os dispositivos disponíveis, suas funções, indicações e contraindicações! Separe um tempinho livre no plantão para olhar a maleta de via aérea, e ver de perto como funciona um laringoscópio, tubo endotraqueal, máscara laríngea, tubo laríngeo, kit de cricotireoidostomia, cânulas oro e nasofaríngea, etc. E não deixe de pesquisar pra que servem e quando devemos ou não utilizar, pra não fazer besteira na correria!
Sexto – TREINE A INTUBAÇÃO
Treine, treine, treine bastante! Não é aceitável sair da faculdade sem nunca ter intubado. Independente da sua especialidade escolhida, nunca se sabe quando você pode precisar intubar. Lembrem-se: somos médicos, e devemos fornecer socorro sempre, de forma eficaz e não prejudicial ao paciente.
Cada paciente tem uma via aérea diferente. Intubar 10 pacientes em um plantão com facilidade, não significa que nunca vai encontrar dificuldade no futuro. Saiba que para dizermos que um profissional é especialista em intubação, deve-se ter pelo menos 2 a 3 anos de prática com intubações frequentes no dia-a-dia (ex: anestesiologistas e intensivistas). Então, peça sempre orientação, cole neles sempre, e quem sabe um dia, o perito em intubação pode ser você!
Perfeito!!
Muito bem explicado e com muita clareza!!Parabéns ????
Que bom que gostou, Terezinha!
Muito boa explicação! Não sou médica mas deu pra entender direitinho e não fazer coisa errada! Parabéns pelo artigo!
Eu só tecnica em enfermagem ,é trabalho em unidade de saúde, mais sempre temos urgência no local
Achei bem explicado, sei que isso tudo é na unidades de intra hospitalar mais fácil ter estes medicamentos,é nossa unidade é básica,com posso melhor, na chegada de um quadro grave ,que precisa ser intubado ,temos básica, mais as drogas são mais restritas, obrigado
Não é possível uintubar sem parabéns drogas ,em risco benefício, mais como na judias do paciente,